Audiência pública discutirá projeto que pune bailes sem autorização

Em 10/06/2025 - 17:06
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PRESIDENTE – Dani Portela criticou a criminalização das expressões culturais periféricas. Foto: Anju Monteiro

Proposta que visa impedir a realização de bailes de rua conhecidos como “pancadões” e “muvucões” sem autorização legal motivou debate na Comissão de Cidadania nesta terça (10). Para aprofundar a discussão, o colegiado promoverá uma audiência pública sobre o tema por sugestão da presidente, a deputada Dani Portela (PSOL).

O Projeto de Lei nº 2822/2025, do deputado Pastor Júnior Tércio (PP), proíbe a realização de eventos clandestinos e irregulares nos quais, geralmente, o brega funk é o ritmo tocado. Se for aprovado, quem organizar ou patrocinar esse tipo de festa sem a devida licença ou causando barulho excessivo poderá ser multado em até R$ 20 mil. O texto também estabelece punições como apreensão de equipamentos e condução dos responsáveis à delegacia.

Periferias

AUTOR – Pastor Júnior Tércio alegou que bailes promovem prostituição e uso de drogas. Foto: Anju Monteiro

Ao defender a realização do debate, Dani Portela frisou que o objetivo do encontro é evitar a criminalização dos movimentos culturais das periferias. Ela afirmou, ainda, que a audiência pública dará vez e voz às pessoas mais vulneráveis, que são os jovens desses territórios. “A gente sabe o que já existe e o que está acontecendo pelo país: é a criminalização de culturas periféricas, do passinho e do brega funk, que são expressões culturais do nosso povo de Pernambuco”, lamentou. 

Para Júnior Tércio, essas celebrações só têm a finalidade contrariar as leis do estado. “A cultura deve ser feita nos critérios da lei e não à margem dela. O que a gente vê lá é uso de drogas, prostituição e, não generalizando, pessoas que passam o dia todinho dormindo, sem fazer nada, e atrapalhando a vida de quem precisa trabalhar no outro dia”, lamentou.

O parlamentar votou a favor da realização da audiência, mas ressaltou que os comerciantes e moradores das comunidades não estarão presentes por medo. Para ele, apenas um lado da história será ouvido. 

MULHER – Gleide Ângelo expressou satisfação pelo compromisso da Alepe com a luta e os direitos femininos. Foto: Giovanni Costa

Já o deputado Pastor Cleiton Collins (PP) disse não ser contra qualquer estilo musical, manifestação cultural dos jovens de comunidades ou a cultura pernambucana, mas repudiou festas com apologia ao uso de drogas e desordem. “Eu acho que o ser humano faz o que quer, ele tem o livre arbítrio. Mas tudo tem limite, ou não se precisava desta Casa para fazer leis”, disse. A realização da audiência pública foi acatada por unanimidade, ainda sem definição de data.

Câncer de ovário

Nesta manhã, as Comissões de Defesa dos Direitos da Mulher e de Ciência de Tecnologia aprovaram um projeto de lei que trata da prevenção, do diagnóstico e do combate ao câncer de ovário. A iniciativa da deputada Socorro Pimentel (União) tramitou nos termos de um substitutivo do colegiado de Administração Pública.

O texto prevê que as ações do governo sobre a doença busquem objetivos como a oferta de exames, a veiculação de campanhas educativas e a assistência multidisciplinar à paciente, a qual deverá ter acesso a atendimento integral e humanizado. As medidas deverão ser aplicadas em complemento às determinações do Estatuto da Pessoa com Câncer de Pernambuco.

TECNOLOGIA – “Cura depende de diagnóstico”, frisou Simone Santana. Foto: Jarbas Araújo

A presidente da Comissão da Mulher, Delegada Gleide Ângelo (PSB), expressou satisfação pelo compromisso da Alepe com a luta e os direitos femininos. “Fico muito feliz quando vejo diversos deputados e deputadas dando entrada em projetos de diversas áreas, como saúde, educação e segurança da mulher”, frisou.

“É um projeto importante para que o câncer de ovário seja diagnosticado mais precocemente. Sabemos que é uma doença muito grave e que a cura tem relação com a rapidez do diagnóstico”, observou a presidente do colegiado de Ciência e Tecnologia, deputada Simone Santana (PSB).