A Comissão de Educação da Alepe promoveu um encontro nesta quarta (10) para ouvir demandas da sociedade civil. Primeira entidade a se manifestar na ocasião, a Federação das Bandas Filarmônicas de Pernambuco (Febanda) pediu o apoio do colegiado para cobrar do Poder Executivo o atendimento de grupos do interior do Estado por meio do Projeto Bandas de PE.
A segunda solicitação, por sua vez, partiu de um grupo de mães de crianças neuroatípicas de Olinda (Região Metropolitana do Recife). Elas pedem que a gestão municipal disponibilize mediadores pedagógicos de classe para que seus filhos possam ser acompanhados nas escolas públicas olindenses.
Aulas
Presidente da Febanda, Estevam Vieira explicou que o Bandas de PE, em andamento desde 2007, tem como missão central capacitar músicos de bandas filarmônicas dos municípios de todo o Estado, com módulos presenciais. Entretanto, segundo Vieira, a ação executada pela administração pública por meio do Conservatório Pernambucano de Música estaria concentrando sua assistência apenas a grupos da RMR.

MÚSICA – Estevam Vieira reivindicou a interiorização do Bandas de PE. Foto: Roberta Guimarães
“Apresentamos pedido de informação ao Conservatório para ter acesso a detalhes do projeto, como cronograma, orçamento e pagamento a professores contratados, mas não obtivemos resposta. Por isso, viemos pedir ajuda desta Casa”, destacou, reforçando, entre outras questões, “a necessidade de estender, na prática, os benefícios da iniciativas a municípios de todas as regiões do Estado”.
Inclusão
Mães de crianças neuroatípicas, Isadora Jucene e Elisângela Araújo participaram do encontro para solicitar que os parlamentares do colegiado tentem sensibilizar a Prefeitura de Olinda no sentido de “contratar acompanhantes escolares (mediadores) para garantir o direito de seus filhos à educação”. De acordo com elas, mais de cem mulheres do município integram o grupo.

EDUCAÇÃO – Isadora Jucene denunciou a falta de mediadores em Olinda. Foto: Roberta Guimarães
Conforme contou Isadora, no início deste ano, depois de três anos estudando na Escola Municipal Isaac Pereira da Silva, localizada no bairro de Casa Caiada, ela foi informada de que o menino não mais poderia frequentar as aulas. “A direção da unidade me chamou individualmente para comunicar que José não teria como estudar, por falta de um acompanhante. Depois disso, protocolei um ofício na secretaria solicitando que alguém fosse contratado, o que não foi feito”, comentou.
As famílias dizem que, segundo a gestão do município, “o número reduzido de mediadores contratados deve-se à pouca oferta de mão de obra”. Segundo elas, diversas mães passaram a provocar individualmente o Ministério Público em Olinda, assim como o Conselho Tutelar. “A gente clama que nos ouçam. Fala-se em educação inclusiva, mas não se inclui. Pior, escolhe-se quem será contemplado e quem não”, complementou Elisângela.

DEMANDAS – A Comissão presidida por Waldemar Borges vai buscar as instituições. Foto: Roberta Guimarães
Encaminhamentos
Após a escuta dos grupos, a Comissão presidida pelo deputado Waldemar Borges (PSB) se disponibilizou a intermediar o diálogo com os órgãos envolvidos. No caso das solicitações da Febanda, o colegiado deverá encaminhar um pedido de informação ao Conservatório, contendo os mesmos questionamentos feitos anteriormente pela federação. A entidade representativa, por sua vez, ficou de elaborar documento propondo mudanças ao Projeto Bandas de PE, a ser apresentado aos parlamentares.
Com relação à situação escolar das crianças neuroatípicas de Olinda, por sugestão dos deputados João Paulo (PT) e Dani Portela (PSOL), uma audiência pública poderá ser realizada sobre o assunto na Casa. Além disso, o petista e a psolista se dispuseram a conversar com vereadores para que convoquem representantes da Prefeitura para um debate no parlamento municipal.