O deputado João Paulo (PCdoB) posicionou-se contra dois projetos econômicos com potencial de prejudicar o meio ambiente pernambucano: a instalação de uma usina nuclear em Itacuruba (Sertão) e a exploração de petróleo próximo ao Arquipélago de Fernando de Noronha. Em discurso no Grande Expediente desta quinta (7), ele defendeu um modelo de desenvolvimento sustentável para o País.
“Infelizmente, propostas ecologicamente agressivas continuam sendo aprovadas no Brasil, desconsiderando os riscos que representam para a sobrevivência de todos nós”, afirmou, listando as consequências de um modelo econômico baseado na exploração irresponsável dos recursos naturais. “Se não adotarmos medidas sérias, em breve viveremos um verdadeiro apocalipse, com incêndios devastadores, inundações, derretimento de geleiras, aquecimento global e extinção de espécies vegetais e animais.”
Sobre o projeto da usina nuclear, João Paulo lamentou que o Supremo Tribunal Federal (STF) esteja se manifestando contrário às Constituições Estaduais que limitam esse tipo de exploração energética. “O procurador-geral da República ajuizou ação na Corte pedindo que se exclua a proibição na Constituição de Pernambuco. E o STF aceitou ação similar movida contra a Paraíba”, explicou.
Com relação a Fernando de Noronha, o comunista apontou os riscos do leilão de 92 blocos para exploração de petróleo e gás natural, promovido nesta quinta pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). O tema foi assunto de audiência pública da Comissão de Meio Ambiente da Alepe nesta semana, uma vez que a atividade pode ter impactos no ecossistema pernambucano.
“Pesquisadores ouvidos no debate explicaram que a intervenção ameaça a biodiversidade da ilha e, também, da Reserva Ecológica do Atol das Rocas”, pontuou. Minutos após o pronunciamento do parlamentar, no entanto, a ANP divulgou a falta de propostas para a exploração da Bacia Potiguar.
“Precisamos acabar de uma vez por todas com essa dicotomia entre desenvolvimento e meio ambiente. Não há progresso sem proteção ambiental”, argumentou. O posicionamento foi compartilhado pelos deputados José Queiroz (PDT) e Tony Gel (MDB), que se manifestaram em apartes.
“Fico triste quando nem a mobilização da sociedade consegue deter projetos que destroem nosso Planeta”, disse o pedetista. “Explorar petróleo em uma área tão sensível é um contrassenso ao nosso momento, que pede investimentos em energias renováveis e limpas”, acrescentou o emedebista.