Audiência debate futuro do Festival de Inverno de Garanhuns

Em 20/09/2023 - 16:09
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ASSUNTOS MUNICIPAIS – O deputado José Patriota (centro) abriu o debate desta quarta. Foto: Evane Manço

Atualização: o deputado José Patriota abriu os trabalhos, mas não presidiu a audiência pública sobre o FIG. O presidente foi o deputado João Paulo. Pedimos desculpas pelo erro.

Queixas contra a organização do último Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), no mês de julho, motivaram audiência pública realizada pela Comissão de Assuntos Municipais da Alepe nesta quarta. O objetivo foi apontar caminhos para realizar um FIG melhor em 2024, com diálogo entre Prefeitura e Governo Estadual. 

ESTADO – Renata Borba lamentou a redução dos recursos destinados ao FIG no orçamento. Foto: Evane Manço

A redução da verba prevista na Lei Orçamentária Anual (LOA) deixada pelo governo anterior prejudicou a organização do festival, de acordo com Renata Borba, presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), responsável pelo evento. No FIG de 2022 foram investidos R$ 21 milhões, contra apenas R$ 6 milhões previstos na LOA deste ano. 

Mas a gestora destacou que, apesar disso, nenhum polo foi suprimido, houve oportunidade para a participação de artistas locais que não se apresentaram em edições anteriores e a garantia do pagamento de todas as contratações firmadas. “É um dos maiores festivais culturais da América Latina, que não podem se resumir ao Palco Mestre Dominguinhos. Mas claro que a gente não poderia deixar um polo tão especial em segundo plano, então eu não posso dizer que um palco que teve Lenine, Tiago Iorc, Arnaldo Antunes, Gabriel o Pensador, Baianasystem, Simone Mendes, é um palco que não teve atrações de nível nacional, que não teve atrações que chamem público”, argumentou.

Já o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), anunciou que o próximo FIG deve ser realizado pela gestão municipal porque, segundo ele, o diálogo com o Governo do Estado deixou a desejar. Albino relatou que ficou sabendo pelas redes sociais da governadora Raquel Lyra que o FIG seria realizado de 21 a 30 de julho, mesmo depois de oferecer R$ 5 milhões de verba da Prefeitura para que o festival tivesse três semanas de duração “O que a gente quer é fazer com que esse festival cresça a cada ano e se fortaleça. É por isso que nós anunciamos 13 das 19 atrações que nós já fechamos para o FIG de 2024. E eu volto a dizer aqui: a gente quer o apoio do Governo do Estado, quer a parceria, estamos aqui abertos para o diálogo e vamos buscar o apoio do Governo Federal e da iniciativa privada, que ao longo desse tempo todo não teve participação no Festival”. 

MUDANÇA – Sivaldo Albino confirmou a municipalização do FIG. Foto: Evane Manço

Sivaldo Albino anunciou que o FIG será realizado pela Prefeitura de Garanhuns no período de 11 a 28 de julho de 2024. A municipalização do festival dividiu opiniões dos vereadores da cidade presentes à audiência. Entre os que declararam apoio à medida está o presidente da Câmara, Luizinho Roldão (PSB). Por outro lado, há os que temem que o FIG perca terreno para outras cidades do circuito do frio, que haja a privatização do evento e, ainda, a precarização dos cachês pagos às atrações locais. 

Entendimento

AVALIAÇÃO – Wagner Stader argumentou que o sucesso do festival não pode ser medido apenas pelo público. Foto: Evane Manço

Conselheiro cultural eleito, Wagner Stader lamentou a disputa política envolvendo a realização do evento e defendeu que o sucesso de um festival de fomento à cultura não pode ser medido apenas pelo tamanho do público. Já os vendedores ambulantes se queixaram da queda de espectadores. Também declararam que datas e atrações anunciadas em cima da hora impedem que eles consigam dimensionar os estoques para evitar prejuízos.

Artistas reclamaram da estrutura disponibilizada e da falta de transparência na avaliação das atrações inscritas em 2023. O deputado João Paulo (PT) autor do requerimento para realizar a audiência, acredita que há tempo para um entendimento entre as gestões estadual e municipal. Ele sugeriu aprofundar o diálogo com uma participação mais ampla da sociedade civil, e lembrou também que o setor artístico foi um dos mais afetados pela pandemia.

DIÁLOGO – João Paulo defendeu o entendimento entre a Prefeitura e o Governo do Estado. Foto: Evane Manço