CELEBRAÇÃO – Uma placa foi inaugurada no Memorial da Democracia. O registro faz referência ao primeiro ato público da mobilização, que ocorreu em Abreu e Lima. Foto: Roberta Guimarães
A Assembleia Legislativa participou, pela manhã, de uma cerimônia em homenagem aos 40 anos do início da campanha das Diretas Já, celebrados nesta sexta (31). O evento ocorreu no Memorial da Democracia, no Sítio da Trindade, no Recife, onde foi inaugurada uma placa comemorativa em alusão à data.
DEMOCRACIA – “Nós tínhamos somente um pensamento: eleições diretas para presidente do Brasil”, recordou o ex-vereador Severino Farias, um dos idealizadores do protesto. Foto: Roberta Guimarães
A celebração foi promovida em parceria com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco (IAHGP), Governo de Estado e Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Pernambuco (OAB-PE). O deputado João Paulo (PT) representou a presidência da Alepe no ato.
O 31 de março foi escolhido porque, há 40 anos, em plena Ditadura Militar, um grupo de vereadores do município de Abreu e Lima (Região Metropolitana do Recife) promoveu aquele que é considerado o primeiro ato em defesa das eleições diretas para presidente.
O ex-vereador de Abreu e Lima Severino Farias, um dos participantes da manifestação ocorrida há quatro décadas, foi um dos homenageados na ocasião. Ele destacou a importância do ato para a volta da democracia no País. “Nós éramos quatro vereadores jovens, mas tínhamos somente um pensamento: o retorno das eleições diretas para presidente do Brasil. Naquele dia, foi plantada a semente”, afirmou.
SURPRESA – “Quando fizemos o ato em 1983, não esperávamos nunca ter essa repercussão depois de 40 anos”, disse o ex-vereador Reginaldo Silva. Foto: Roberta Guimarães
Para o também ex-vereador de Abreu e Lima Reginaldo Silva, igualmente homenageado no evento, a lembrança da manifestação foi inesperada. “Para mim, é uma surpresa, mas também uma grande alegria, porque quando a gente fez o ato em 1983, a gente não esperava nunca ter essa repercussão depois de 40 anos”, disse.
O deputado João Paulo ressaltou a atualidade das causas defendidas na mobilização promovida pelos ex-vereadores de Abreu e Lima. “Relembrar esse protesto é simbólico para resguardar as liberdades de expressão e de organização. No governo passado, com Bolsonaro, a democracia sofreu um ataque frontal, e houve a ameaça de volta da ditadura”, destacou. Também estiveram presentes no ato os deputados Jarbas Filho (PSB), Doriel Barros (PT) e Dani Portela (PSOL).
RECONHECIMENTO – “Relembrar esse protesto é simbólico para resguardar as liberdades de expressão e de organização”, argumentou João Paulo. Foto: Roberta Guimarães
Discursaram na cerimônia o procurador-geral de Justiça do Estado, Marcos Antônio Matos de Carvalho; o coordenador do Núcleo de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural do MPPE, promotor José da Costa Soares; o prefeito do Recife, João Campos; a conselheira seccional da OAB-PE Manoela Alves; o sócio do IAHGP Marcelo Casseb; o reitor da Unicap, padre Pedro Rubens, o desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco Eduardo Sertório, entre outros.
O evento terminou com o descerramento da placa comemorativa. Os ex-vereadores de Abreu e Lima presentes, bem como os familiares dos ex-vereadores já falecidos José da Silva Brito e Antônio Amaro Cavalcante, também integrantes do ato, receberam uma réplica da homenagem afixada no Memorial da Democracia.
