Definições sobre lideranças de partidos, federações e bancadas – conforme previsto no Regimento Interno da Alepe – foram anunciadas em discursos feitos durante a primeira Reunião Plenária ordinária da 20ª Legislatura, promovida nesta quinta (9). Parlamentares também foram à tribuna destacar as prioridades dos mandatos e registrar apoio a diversas causas e segmentos sociais.

TRABALHOS LEGISLATIVOS – “Escolha de líderes permitirá composição das comissões”, avalia Izaías Régis. Foto: Roberta Guimarães
Primeiro a falar, o líder do Governo na Alepe, deputado Izaías Régis (PSDB), pediu às bancadas de Oposição e Independente que definam suas lideranças. A escolha desses nomes permitirá, segundo ele, a composição das comissões parlamentares que vão analisar propostas enviadas pelo Poder Executivo, além de acelerar articulações suprapartidárias em prol do desenvolvimento de Pernambuco. “Vamos estar juntos discutindo melhorias para o nosso povo”, assegurou.
“Temos uma Bancada Independente, mas quem é o líder? Precisamos saber, para construir uma harmonia diante de pensamentos diferentes”, reforçou. O parlamentar anunciou encontros sobre a questão nos próximos dias e convocou os colegas a participarem. “A Alepe faz parte de todos os governos, e tenho certeza de que faremos uma grande união em benefício do Estado.”

PROPORCIONALIDADE – “Presença de partidos na composição das comissões contribui para bom funcionamento da Alepe”, frisou Doriel Barros. Foto: Roberta Guimarães
O deputado Doriel Barros (PT) anunciou que a Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB) terá como líder o deputado João Paulo (PT). Os vice-líderes serão Rosa Amorim (PT), João Paulo Costa (PCdoB), Gilmar Junior (PV) e João de Nadegi (PV). No pronunciamento, o parlamentar também fez um apelo para que o critério de proporcionalidade fosse observado na escolha das presidências das comissões técnicas, o que, na sua opinião, não teria ocorrido na eleição da Mesa Diretora.
“Com as indicações de líder e vice-líderes, contribuímos para os trabalhos da Casa, que não são individuais, mas coletivos. A presença dos partidos na composição das lideranças e comissões é fundamental para o bom funcionamento da Alepe”, assinalou.
João Paulo, por sua vez, comentou a definição do nome dele para liderar a Federação, a qual integrará a Bancada Independente da Alepe. “É uma missão difícil, que relembra o período em que fui presidente da Frente Nacional dos Prefeitos. Muitas vezes, possuímos interesses conflituosos, mas temos o papel de conciliá-los”, avaliou. Ele citou, como exemplo, a divergência enfrentada em torno do projeto da Transposição do Rio São Francisco.

FEDERAÇÃO – Para João Paulo, “liderar representa, por vezes, conciliar interesses conflituosos”. Foto: Roberta Guimarães
“Eu defendia a obra, junto com diversos outros prefeitos, mas muitos não. Então, quando falava sobre o assunto, não explicitava minha posição pessoal, mas aquela que havia sido discutida na entidade, com consenso ou não”, contou. O petista também aproveitou para parabenizar os membros eleitos para a Mesa Diretora, apesar de lamentar a derrota de dois candidatos da coligação dele. “Não podemos deixar de reconhecer a importância do presidente Álvaro Porto (PSDB) no processo, escolhido por unanimidade, o que sinaliza uma excelente gestão na Casa.”
Saudações
Em seu discurso de estreia na Casa de Joaquim Nabuco, a deputada Dani Portela (PSOL) comprometeu-se a dar continuidade à linha de trabalho desenvolvida pelas representantes do mandato coletivo psolista Juntas, que atuou na Alepe ao longo da última Legislatura. “Assumo o compromisso de seguir com as muitas lutas desse mandato histórico, que subverteu as lógicas personalista da política e de baixa ocupação feminina nos espaços de poder”, pontuou.

DIREITOS HUMANOS – “Importantes por serem ‘guarda-chuva’ de grupos discriminados”, defendeu Dani Portela. Foto: Roberta Guimarães
Nesse sentido, a deputada declarou o interesse de suceder as correligionárias na presidência da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Alepe. “Estou disposta a estar à frente do colegiado por entender que os Direitos Humanos são o ‘guarda-chuva’ de todos, mas, principalmente, de grupos historicamente discriminados, como mulheres, negros, jovens e população LGBTQIAP+”, disse, colocando como prioridade de sua atuação o enfrentamento às desigualdades no Estado.
Também estreando na tribuna da Alepe, o deputado Abimael Santos (PL) comunicou a posição de independência da legenda que integra. “Isso não quer dizer que nossa bancada terminará a legislatura desta forma. Tudo vai depender do desenvolvimento dos trabalhos”, alertou. O parlamentar ainda informou que o partido terá Coronel Alberto Feitosa (PL) na liderança.

INDEPENDÊNCIA – “Isso não quer dizer que terminaremos a Legislatura desta forma”, afirmou Abimael Santos. Foto: Roberta Guimarães
No mesmo pronunciamento, Santos listou as prioridades do seu mandato: lutar pelos direitos dos policiais militares (PMs) e pela melhoria dos serviços públicos no Estado. “Vamos defender o fim da segregação dentro da corporação, onde hoje policiais fazem a mesma função e ganham salários diferentes”, repreendeu, emendando críticas à Compesa: “Descaso com o povo pernambucano.”
Na mesma linha, o deputado Joel da Harpa (PL) apontou as faixas salariais como “a maior dívida” a ser sanada com relação à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros. Ele afirmou estar buscando dialogar com a governadora Raquel Lyra e a vice Priscila Krause para que seja cumprida a promessa feita na campanha de acabar com o escalonamento.

PAUTA CONSERVADORA – “Vou continuar na ‘bancada da Bíblia’. A família é prioridade”, informou Joel da Harpa. Foto: Roberta Guimarães
Eleito quarto-secretário da Mesa Diretora, Joel ainda se prontificou a contribuir para o bom funcionamento da Alepe. “Além disso, vou continuar comprometido, junto com a ‘bancada da Bíblia’, com a pauta conservadora. Entendemos que a família é prioridade e tem sido muito atacada. Essa Casa não pode se render a grupos ativistas que tentam desconstruir a nossa sociedade”, expressou, opondo-se ao debate sobre a legalização do aborto.
Expectativas
Defender o homem do campo, ampliar o abastecimento d’água e melhorar os serviços públicos nas áreas de saúde e educação. Essas são algumas das bandeiras do quarto mandato do deputado Rodrigo Novaes (PSB). Ao apresentar essas e outras pautas na tribuna, o socialista falou da importância de construir uma 20ª Legislatura “propositiva, rica, e capaz de ajudar o Governo Estadual a realizar as transformações necessárias, independentemente de ideologias políticas e vinculações regionais”.

LEGISLATURA – “Que seja capaz de ajudar o Estado a realizar transformações”, defendeu Rodrigo Novaes. Foto: Roberta Guimarães
Ressaltando o orgulho de ser sertanejo, o socialista elencou ações relevantes como o fortalecimento do Sistema Integrado de Saneamento Rural (Sisar), que fornece água para populações de sítios e assentamentos; a ampliação da rede de escolas integrais e técnicas; e a criação de uma Gerência Regional de Saúde (Geres) para o Sertão de Itaparica. “Também precisamos avançar nas obras de estradas e nas iniciativas que realizamos na Setur (Secretaria Estadual de Turismo – pasta da qual foi gestor entre 2019 e 2022)”, prosseguiu Novaes.
Prefeito de Igarassu (Região Metropolitana do Recife) por oito anos, o deputado Mario Ricardo (Republicanos) colocou as lutas municipalistas e a busca de investimentos para garantir a construção do Arco Metropolitano entre as prioridades de seu mandato. “Assumo o compromisso junto ao povo pernambucano de defender o desenvolvimento econômico, com justiça social e respeito ao meio ambiente”, registrou.

FOCO – “Estarei sempre atento às demandas de Pernambuco”, reforçou Mario Ricardo. Foto: Roberta Guimarães
Mario Ricardo ainda declarou que se reunirá com o deputado William Brigido (Republicanos) para definirem a posição da legenda na Alepe. “Estarei sempre atento às demandas de Pernambuco, trabalhando com respeito à democracia. O bom debate é imprescindível para representarmos com dignidade cada cidadão que nos confiou seu voto”, concluiu. Ele recebeu o apoio dos deputados Renato Antunes (PL), Joel da Harpa e Pastor Cleiton Collins (PP).