
PRIORIDADE – “Brasil está atrasado”, disse o deputado, ao registrar que cerca de 12 mil pessoas tiram a própria vida no País todos os anos. Foto: Roberta Guimarães
A campanha internacional de prevenção ao suicídio, denominada Setembro Amarelo, motivou o discurso do deputado Tony Gel (MDB) na Reunião Plenária desta quinta (10). O parlamentar explicou as origens do movimento, registrou o avanço no número de casos no mundo e cobrou do Governo Federal a promoção de uma política pública nacional de enfrentamento à questão.
Segundo o emedebista, a história que inspirou a campanha envolve um jovem morador de Westminster, nos Estados Unidos, que cometeu suicídio dentro de um carro amarelo, em 1994. Mike Emme tinha 17 anos e, durante o velório, os pais dele distribuíram às pessoas cartões que incentivavam a busca por ajuda. Em 2015, a campanha foi instituída no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM), e pela Associação Brasileira de Psiquiatria.
“A Organização Mundial de Saúde (OMS) entende o suicídio como prioridade na saúde pública. No nosso País, estamos atrasados e, por isso, precisamos cobrar do Governo Federal uma política nacional de prevenção”, pontuou Tony Gel, destacando que cerca de 12 mil pessoas tiram a própria vida no Brasil todos os anos, o que significa um registro a cada 45 minutos.
O parlamentar elogiou o trabalho feito pelo CVV, em especial o Ligue 188, serviço telefônico gratuito que funciona 24 horas. Por meio dele, pessoas que precisam de ajuda são atendidas por voluntários treinados para orientar e indicar a rede de apoio. “Devemos orar muito pelos suicidas. As religiões espiritualistas nos explicam que eles sofrem muito, pois, esperando solucionar uma dor profunda, acabam encontrando uma situação mais complicada com o desencarne”, pontuou, mostrando preocupação com a expansão de casos entre os jovens.
Os deputados Teresa Leitão (PT), Antonio Fernando (PSC) e Priscila Krause (DEM) elogiaram a iniciativa do colega de lançar luz sobre o tema. “Precisamos de políticas públicas intersetorizadas, que assegurem condições de dignidade, felicidade e afirmação a todas as pessoas”, pleiteou a petista. Fernando, por sua vez, defendeu a realização de campanhas que envolvam, também, os idosos, visto o movimento demográfico de envelhecimento da população brasileira.
“Temos na Alepe uma Frente Parlamentar de Combate à Automutilação e ao Suicídio que já havia iniciado um importante trabalho antes da pandemia e poderá exercer um papel interessante neste momento de luto e isolamento”, acrescentou Krause. O colegiado é coordenado pelo deputado Diogo Moraes (PSB).