
VIOLÊNCIA – Parlamentar frisou que dados revelam aumento de 31,5% na quantidade de assassinatos em relação ao mesmo período de 2016. Foto: Roberto Soares
O registro de 4.145 homicídios em Pernambuco entre janeiro e setembro deste ano foi destacado pelo deputado Edilson Silva (PSOL), na Reunião Plenária desta segunda (16). O parlamentar ressaltou que os dados revelam um aumento de 31,5% na quantidade de assassinatos em relação ao mesmo período de 2016 e criticou a abordagem do Governo do Estado sobre a questão.
“Esse números são muito constrangedores, por mais que sejam minimizados pelo Poder Executivo. São estatísticas de guerra, em que as vidas de pernambucanos jovens e pobres estão indo embora de forma violenta”, declarou Silva. Para o deputado, a forma como o Governo divulga a motivação dos crimes omite a sua responsabilidade sobre o assunto.
“Quando o Estado destaca que 60% dos homicídios são causados pelo narcotráfico, quer levar a crer que não tem nada a ver com o problema”, criticou o parlamentar. “Ao mesmo tempo, esse Governo, por meio de uma propaganda milionária, tenta apresentar uma realidade virtual que briga com a realidade factual do povo de Pernambuco”, acrescentou.
Para Silva, o enfrentamento à violência deveria ser feito com humildade, chamando a população para o controle social do trabalho das corporações policiais. “Mas o que vemos é o Governo tentando alterar a composição do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos para controlar essa entidade, solapando o pouco que foi construído de gestão democrática na segurança pública”, comentou, citando o Projeto de Lei nº 1628/2017, apresentado pelo Poder Executivo no dia 29 de setembro.
Audiência pública – Ainda durante a Reunião Plenária, Edilson Silva chamou atenção para a audiência pública que será promovida pela Comissão de Administração na próxima quinta (19), às 11h, para discutir o Pacto pela Vida. O psolista defendeu que a Comissão de Cidadania, presidida por ele, também possa tratar do assunto. “Tenho preocupação com essa dinâmica na qual os temas não são debatidos nas comissões que analisam o mérito. Temos uma série de demandas da sociedade civil com relação à segurança pública”, comentou.
Em resposta, Lucas Ramos (PSB), presidente da Comissão de Administração, ressaltou que a reunião será feita no âmbito desse colegiado porque “o Pacto pela Vida também tem relação com questões salariais e de carreira dos servidores públicos da área de segurança”. De acordo com o socialista, “o deputado Edilson Silva e entidades envolvidas poderão ser ouvidos na audiência”.
Em aparte, Teresa Leitão (PT) pediu que seja criado um “ambiente propício ao debate durante o encontro”, relembrando os problemas ocorridos quando uma audiência sobre o mesmo tema foi cancelada, em maio deste ano. “Esse deve ser um espaço em que não só a Oposição, mas todos os parlamentares possam contribuir”, declarou a petista, observando ainda a “falta de continuidade” no trabalho da Secretaria de Defesa Social (SDS), que já teve três secretários na gestão de Paulo Câmara.
Por fim, Joel da Harpa (PODE) solicitou que os profissionais de segurança pública sejam chamados para a reunião desta quinta. “O Governo mostrou em maio que não queria ouvir as lideranças das entidades militares”, afirmou. O deputado também voltou a criticar a exclusão da apreensão de maconha dos incentivos previstos no Projeto de Lei 1596/2017. “O Pacto pela Vida tem feito um trabalho muito aquém do necessário no combate às drogas. Sugeri o incentivo à apreensão de quantidades maiores de maconha, mas a minha proposta foi rejeitada”, registrou.