
CRÍTICA – Deputada defendeu a mobilização da sociedade e dos políticos pernambucanos para barrar proposta. Foto: Jarbas Araújo
Integrante da Comissão Especial da Previdência Social da Alepe, a deputada Socorro Pimentel (PSL), repudiou, durante a Reunião Plenária desta terça (15), a proposta de Reforma da Previdência apresentada pelo Governo Federal. No pronunciamento, a parlamentar afirmou que as mudanças são danosas à classe trabalhadora e contribuirão para a “institucionalização da miséria”. Ela defendeu a mobilização da sociedade e dos políticos pernambucanos para barrá-las.
Pimentel ressaltou que a proposta original não considera a ocupação do trabalhador e as particularidades da atividade no campo, onde as pessoas começam a trabalhar mais cedo e se aposentam mais tarde. Também ressaltou que a expectativa de vida não é levada em conta, igualando regiões com nível de desenvolvimento socioeconômico desiguais. “A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 287 promove um grave retrocesso social. Nós, que conhecemos bem a realidade do trabalhador nordestino, sabemos que não se trata de uma simples modernização ou atualização. Trata-se de uma inaceitável retirada de direitos”, afirmou.
A deputada também criticou a possível desvinculação do Benefício de Prestação Continuada (BPC) – destinado a pessoas com deficiência, de baixa renda – do salário mínimo. Ela propôs a realização de uma audiência pública em conjunto com a Comissão de Cidadania e com a Frente Parlamentar em Defesa da Pessoa com Deficiência para discutir esse ponto. A sugestão foi endossada por Terezinha Nunes (PSDB). “Tivemos uma informação de que esse ponto havia sido retirado. Se ainda existe uma dúvida, é importante essa audiência pública”, disse a tucana, que coordena a Frente.
Socorro Pimentel cobrou do Governo Federal “que revise as bilionárias desonerações fiscais e encerre a complacência com os grandes devedores da Previdência”. “O Governo não faz seu trabalho no combate à sonegação e desconhece a realidade brasileira. Essa reforma precisa ser combatida”, endossou Teresa Leitão (PT).
Odacy Amorim (PT) citou sua própria trajetória para destacar a situação dos trabalhadores rurais. Ele lamentou ainda que a TV Alepe não esteja no ar, transmitindo as discussões travadas na Casa. “O deputado em Brasília está mais perto do que a gente da população daqui. É preciso que os deputados estaduais possam se apresentar ao povo de Pernambuco para que ele saiba o que cada um tem defendido”, sustentou.