O posicionamento do deputado federal de Pernambuco Ricardo Teobaldo, presidente nacional do PTN, na votação que aprovou a abertura de processo de impeachment da presidente Dilma, na Câmara Federal, foi elogiado pelo deputado estadual Joel da Harpa, do mesmo partido. Apesar de favorável ao impedimento da presidente, o parlamentar exaltou a coerência de Ricardo Teobaldo, que foi fiel ao voto que já havia declarado, contrário à abertura do impeachment. A deputada Teresa Leitão, do PT, destacou a firmeza de Teobaldo e de outros deputados federais, que mantiveram o voto contrário, mesmo depois que a vitória do sim já estava certa.
A condução do processo de impedimento na Câmara Federal pelo presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro, que é réu na operação Lava-Jato, foi criticada por Edilson Silva, do PSOL, Lucas Ramos e Vinícius Labanca, ambos do PSB, e Teresa Leitão, do PT. Pastor Cleiton Collins, do PP, criticou a atitude do deputado federal Jean Wyllys, do PSOL do Rio de Janeiro, que cuspiu no deputado federal Jair Bolsonaro, do PSC do Rio, durante a sessão de domingo. “Aquilo ali é mais violento que tudo, merece ser cassado. Se aquele Congresso tiver, realmente, moral, um ‘cabra’ feito ele não fica ali não, vai ser cassado. Tanto ele como Bolsonaro também”.
Romário Dias, do PSD, Joel da Harpa e Lucas Ramos também condenaram o comportamento de Jean Wyllys. Mas dois outros parlamentares saíram em defesa do deputado federal. Edilson Silva disse que a sessão na Câmara mostrou problemas muito maiores. “As vísceras do Congresso Nacional foram expostas em rede mundial de televisão, e a gente está aqui preocupado com a cusparada do deputado Jean Wyllys. Aquele Congresso não tem moral absolutamente nenhuma para dizer que o Jean Wyllys vai ser cassado porque deu uma cusparada no senhor Jair Bolsonaro”.
Teresa Leitão lembrou que Bolsonaro defendeu um torturador da ditadura militar, no discurso em que declarou o voto a favor do impeachment. E que Jean Wyllys reagiu às provocações, que recebeu por assumir a homossexualidade. “Ele foi atingido porque é um homossexual assumido. Foi por isso que ele foi atingido, foi contra isso que Bolsonaro ficou gritando. Por que ninguém diz: ‘tortura é crime inafiançável no país’? Bolsonaro deveria ter saído dali preso, algemado, pois está fazendo apologia à tortura”.
Também criticaram Bolsonaro os deputados Waldemar Borges, do PSB, Lucas Ramos e Romário Dias. Joel da Harpa disse que o deputado federal se excedeu, mas não deve ser taxado por um ato cometido num momento de emoção. Lucas Ramos, Vinícius Labanca e Waldemar Borges, todos do PSB, defenderam novas eleições presidenciais. Vinícius acredita que o PMDB não tem legitimidade para governar. Waldemar afirmou que é a população quem deve indicar, com os votos, a pessoa que vai ocupar a Presidência. “Eu também quero votar. Eu também quero dizer que projeto eu quero para substituir esse que enfrentou as dificuldades que o governo Dilma enfrentou”.
Lucas Ramos também considerou que a entrada do PMDB no poder, sem o voto popular, é uma eleição indireta.