Ex-funcionários do Bandepe criticam gestão de fundo de previdência

Em 27/05/2025 - 14:05
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PROTESTOAposentados alegam ter sido excluídos das tomadas de decisão. Foto: Anju Monteiro

Insatisfeitos com a gestão do fundo Bandepe Previdência Social (Bandeprev), aposentados do antigo Banco do Estado foram ouvidos pela Comissão de Administração Pública da Alepe nesta terça (27). A entidade de previdência complementar é administrada pelo banco privado que adquiriu o Bandepe e conta, atualmente, com um patrimônio de R$ 2,3 bilhões.

Segundo o grupo, uma mudança estatutária em vigor desde 2021 reduziu de seis para dois o número de conselheiros indicados pelos aposentados para atuar na gestão do fundo. Isso os teria excluído das tomadas de decisão. “Perdemos força, não conseguimos ganhar nenhuma votação. E os donos do dinheiro somos nós, esse patrimônio é nosso”, argumentou a presidente da Associação Unidos pela Bandeprev (UniBandeprev), Maria do Carmo Calado. 

A incorporação por outro fundo previdenciário, anunciada no ano passado, também recebeu críticas, assim como a transferência da administração para São Paulo. “Temos 1.900 colegas que apostaram na aposentadoria vitalícia e podem ter uma surpresa no fim da vida”, lamentou o conselheiro deliberativo eleito Antônio Wanderley.

Diversas entidades representativas dos bancários participaram da reunião e manifestaram apoio à causa. A deputada Dani Portela (PSOL) sugeriu um contato com o ministro da Previdência, Wolney Queiroz. “Vocês querem o direito de continuar com a governança para terem dignidade na fase da vida em que a gente mais precisa. É importante chamá-lo para o debate”, avaliou.

APOIO – Para João Paulo, há “tentativa de assalto ao recurso da vida inteira do trabalhador”. Foto: Anju Monteiro

O deputado João Paulo (PT), que solicitou e presidiu o encontro, anunciou que fará o encaminhamento. “Também sugiro uma reunião com a bancada federal de Pernambuco, mediada pelas comissões de Administração Pública e de Direitos Humanos da Alepe”, acrescentou. Ele ainda propôs a organização de protestos em frente a agências bancárias: “É uma tentativa de assalto ao recurso de uma vida inteira do trabalhador e precisa ser denunciada”.