A Alepe celebrou na noite de quarta (16) o Dia Estadual do Choro, homenageando o gênero musical e também o músico João Pernambuco (1883-1947), expoente do estilo. O deputado Waldemar Borges (PSB), que solicitou a solenidade e presidiu o encontro, destacou a importância de manter o choro vivo na memória das novas gerações:
“O dia 16 de outubro não é só uma homenagem ao lendário João Pernambuco, nosso mestre do choro, mas também uma celebração de um gênero musical. Temos a responsabilidade de defender o choro, um de nossos patrimônios mais valiosos. Vamos trabalhar juntos, de mãos dadas para garantir que as futuras gerações conheçam e apreciem esse gênero musical tão rico.”
O violonista Ewerton Brandão Sarmento, conhecido como Bozó 7 Cordas, marcou presença na celebração. Ele destacou sua alegria em ver o apoio cultural que o choro vem recebendo. “Faço aqui meus agradecimentos não só pela homenagem que estou recebendo, mas pela alegria de ver que aqui no meu Estado a gente tem tido um apoio para esse ritmo que amamos e para o qual dedicamos toda uma vida”, exaltou.
História
O choro surgiu no século 19, no Rio de Janeiro, e é considerado um dos primeiros estilos de música popular urbana do Brasil. Ele se caracteriza pela sua combinação de influências europeias, africanas e indígenas, sendo marcado por improvisações, virtuosismo e rica harmonia.
João Pernambuco foi um dos grandes compositores e violonistas do choro. Nascido em Petrolândia, no Sertão de Itaparica, e posteriormente radicado no Rio de Janeiro, ele se destacou por suas composições que mesclam a tradição do choro com elementos do regionalismo nordestino. Sua obra é marcada por obras que se tornaram clássicos do gênero, como “Sons de Carrilhões”.
Em discurso, Gilberto Sobral, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Pernambuco (Iphan-PE), destacou o reconhecimento do choro como patrimônio cultural do Brasil. Ele registrou que o choro se tornou patrimônio cultural brasileiro neste ano.
“Esse reconhecimento tem uma importância grande porque a partir daí, as políticas públicas de salvaguarda vão ser cada dia mais implementadas e a gente vai estar juntos fazendo com que o choro esteja cada dia mais vivo”, afirmou Sobral.
Instituto João Pernambuco
Representando o Instituto de Arte Popular João Pernambuco, Necy Nascimento agradeceu o fortalecimento do choro. “A gente sabe que está no caminho certo. É uma questão de ir trabalhando devagar, consciente, respeitando e fortalecendo nossa cultura. Então, esse momento é muito importante para nossa cultura e para todos nós”, frisou.
Também estiveram presentes na reunião Lucivan Marques, da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe); Bruno Nascimento, do Instituto João Pernambuco; Wagner Staden, coordenador do Instituto Cultural Brasileiro Isto É Choro; Lucas Guerra, representando o Conservatório Pernambucano de Música e Amílcar Bezerra, do Bloco da Saudade. A solenidade se encerrou com uma apresentação musical de Bozó 7 Cordas e do Bloco da Saudade.