Analba Brazão Teixeira é condecorada com o título de cidadã pernambucana

Em 08/08/2024 - 10:08
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COLETIVOS – Organizações feministas também foram reconhecidas na reunião solene. Foto: Roberta Guimarães

A Alepe concedeu, em reunião solene na noite de quarta (7), o título de cidadã pernambucana à militante feminista Analba Brazão Teixeira.  A homenageada é antropóloga, socióloga e educadora feminista popular, e mora no Recife desde 2014, quando começou a atuar na equipe do SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia.

“Analba é um corpo político que soma várias lutas: educadora popular, mulher negra, mãe, feminista,  antirracista, que tem dedicado muitos anos da sua vida à multiplicação de seus saberes, divididos com muitas outras pessoas e outras formas de atuação”, destacou a deputada Dani Portela (PSOL), que requisitou o título e também presidiu a cerimônia. 

A homenageada faz parte do Fórum de Mulheres de Pernambuco e da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, entre outras organizações. Atualmente, seu trabalho no SOS Corpo envolve a articulação da Campanha Nacional do Levante Feminista pelo Fim do Feminicídio, do Transfeminicídio e do Lesbocídio.

Trajetória

Nascida em Natal, no Rio Grande do Norte, Analba Brazão iniciou sua militância durante a ditadura militar e, desde a década de 1980, dedica-se à defesa dos direitos das mulheres e da população negra. “Foi um desafio mudar de cidade em 2014, aos 53 anos, pois havia sido em Natal em que havia construído toda a minha militância. Mas me estabelecer em Recife não foi difícil, senti-me bastante acolhida”, relatou. 

MILITÂNCIA – Homenageada trabalha na organização feminista SOS Corpo desde 2014. Foto: Roberta Guimarães

Ela é mestra em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Nas suas atividades acadêmicas, tratou das violências afetivo-conjugais contra as mulheres, em trabalhos como “Histórias para contar: Retrato da Violência Física e sexual, contra o Sexo Feminino na Cidade de Natal” e “Nunca Você Sem Mim: Homicidas-Suicidas nas Relações Afetivo-Conjugais”. 

Em seu discurso, ela registrou que a data em que recebeu o título de cidadã pernambucana coincidiu com o aniversário de 18 anos da Lei Maria da Penha. “A nossa luta é para que esta lei seja implementada de fato. Sabemos que a não-implementação é permeada pelo patriarcado presente nas instituições”, comentou. 

Homenagem coletiva

Além da concessão do título de cidadão, o evento realizado no Auditório Sérgio Guerra também celebrou o trabalho de diversas organizações e coletivos de mulheres negras do estado. 

A homenagem incluiu a Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, o Coletivo Filhas do Vento, Uiala Mukaji, Abayomi Juristas Negras, a Rede de Mulheres Negras Evangélicas, o Grupo Espaço Mulher, a Rede de Mulheres de Terreiro, o Grupo Voz Nagô e o Bloco Afro Obirin.

A cerimônia também teve a participação da escritora Odailta Alves.