A passagem dos seis anos do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco motivou debate entre deputados estaduais, na reunião plenária desta quinta (14). Parlamentares discordaram sobre o questionamento acerca do mandante do crime.
A deputada Dani Portela (Psol) lamentou que, apesar de quatro suspeitos estarem presos, o caso permaneça não resolvido. A parlamentar afirmou que o assassinato foi um crime político e enalteceu a atuação de Marielle.
“Aqueles tiros perpassam a democracia no nosso país, que não será plena enquanto o estado brasileiro não apresentar respostas sobre quem mandou matar uma vereadora eleita, de voz ativa em uma grande casa legislativa. É inadmissível que os anos se passem e não tenhamos uma resposta”, pontuou.
Coronel Alberto Feitosa (PL) manifestou-se contra a violência na política, mas criticou as cobranças sobre quem mandou matar a ex-vereadora.
“A morte de Marielle é um absurdo, bem como a facada no ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda não solucionada. Todo mundo sabe que o executor do crime contra ela foi Ronnie Lessa, e o mandante, Domingos Brazão. Lamento que não deixem essa mulher em paz e façam da morte dela uma bandeira política”, considerou o deputado.
O posicionamento foi reforçado por Abimael Santos (PL). Para o parlamentar, o crime está desvendado.
“A esquerda chega ao ponto de perguntar quem matou, quando já foi amplamente divulgado. Precisam de palanque, de uma narrativa. A alma dela precisa descansar”, disse.
Doriel Barros (PT) ressaltou que as cobranças sobre o assassinato da ex-vereadora são por investigação e julgamento dos envolvidos.
“Se um parente de cada um de nós fosse assassinado, iríamos esquecer ou iríamos até as últimas consequências? Dizer que estejam usando a morte de Marielle como plataforma é um desserviço a quem luta por justiça e respeito à memória dela”, avaliou o parlamentar.
Já a deputada Rosa Amorim (PT) salientou a importância do combate à violência contra mulheres na política.
“Marielle se transformou em símbolo de luta e resistência contra a violência política de gênero no Brasil. Não queremos perder mais nenhuma parlamentar”, destacou. A deputada lembrou que as mulheres são maioria numérica no país, mas minorias nas casas parlamentares.
Coronel Alberto Feitosa respondeu à petista, atribuindo às mulheres falta de interesse pela vida política. “A lei federal faculta a qualquer brasileiro ser candidato. Também obriga que 30% das candidaturas sejam de mulheres, o que muitas vezes gera dificuldade para fechar chapas. As mulheres não são candidatas porque não querem”, frisou.
Faixas salariais da PM
O deputado Joel da Harpa (PL) criticou a proposta encaminhada pelo Poder Executivo que reestrutura a carreira dos policiais militares, promovendo o fim das faixas salariais.
O Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 1671/2024 está em tramitação na Alepe e será tema de audiência pública prevista para a próxima quarta (20). Segundo o parlamentar, a iniciativa do governo não atende às expectativas da categoria.
Ele informou que apresentou uma emenda ao projeto, com o objetivo de extinguir as faixas ainda este ano. “A emenda garante o fim das faixas salariais até dezembro de 2024, enquanto a proposta do governo prevê que isso ocorra apenas em 2026. Nossa sugestão não é inconstitucional porque já há previsão orçamentária para isso em 2024”, anunciou.
Joel da Harpa ainda disse que o reajuste proposto pelo PLC não repõe as perdas com a inflação e convocou policiais e bombeiros militares a virem à Alepe demonstrar a insatisfação com a proposta. O deputado Fabrizio Ferraz (Solidariedade) declarou apoio à causa e afirmou que “o fim das faixas salariais é um pleito antigo e justo”.
Racismo
A deputada Simone Santana (PSB) classificou como lastimável o episódio de agressão a uma criança de quatro anos no município de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, na última segunda.
A agressão ocorreu dentro de uma escola de educação básica e quem praticou foi o pai de um colega, incomodado com o abraço dado pela criança, que é negra.
“Esse é um fato que a gente realmente precisa dar visibilidade e que demonstra o quanto a nossa sociedade está permeada pela violência e pelo preconceito. Qualquer tipo de violência contra criança é inadmissível. E essa, mais ainda, e com certeza vai deixar repercussões importantes. Temos que nos levantar para protegê-la”.
A parlamentar leu uma nota da Rede Nacional da Primeira Infância. O documento cobra investigação das autoridades competentes e pede a promoção da conscientização e educação antirracista em todas as esferas da sociedade, e em especial no ambiente escolar.
Simone Santana destacou a formação antirracista que será promovida pela Alepe para a comunidade interna, a partir do dia 22 de março.
Cabrobó
O deputado João Paulo Costa (PCdoB) elencou ações realizadas através do mandato dele para o Município de Cabrobó (Sertão do São Francisco).
O parlamentar informou que foram investidos mais de R$ 2 milhões para pavimentação das ruas de Cabrobó. Ele enalteceu a parceria com o prefeito da cidade, Galego de Nanai, presente nas galerias do Plenário.
Ele também citou a obra de uma adutora para o município e construção de uma escola, através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Por fim, o deputado repercutiu o envio de uma ambulância e de itens de maquinário agrícola para a região, e anunciou mais recursos para a saúde, através de emendas parlamentares.
João Paulo Costa também relatou as cobranças feitas ao Governo do Estado para a requalificação da PE-510, que liga a sede de Cabrobó à Ilha de Assunção.
Dirigente partidário
A nomeação do deputado federal Lula da Fonte para o comando do diretório recifense do Progressistas, em evento na última segunda (11), pautou o discurso do deputado Pastor Cleiton Collins (PP).
O parlamentar parabenizou a eleição de um jovem para dar continuidade ao trabalho exercido pelo partido em Recife.
“Tenho certeza que tanto Pernambuco quanto Recife ganharão muito com a presença desse jovem no comando deste grande partido”, declarou.