
CONFLITO – “Não concordo que, nesse jogo de forças, a vítima seja o povo.” Foto: Roberto Soares
O deputado José Queiroz (PDT) voltou a se manifestar sobre a guerra na Ucrânia. Na Reunião Plenária desta quarta (9), ele lamentou que a população civil seja o lado mais afetado por um conflito motivado por interesses geopolíticos e econômicos. “Dois milhões de ucranianos já saíram do país. Há crianças fora do lar cujos pais estão lutando na guerra. Não concordo que, nesse jogo de forças, a vítima seja o povo”, expôs o parlamentar.
O pedetista fez comentários sobre a história da região e os fatores estratégicos envolvidos. Registrou, por exemplo, o fortalecimento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) após a Guerra Fria, com a adesão de nações que integravam a União Soviética. Para ele, faltou ao Ocidente avaliar corretamente a inconformidade da Rússia com a desintegração do bloco.
Queiroz também citou o argumento do presidente russo, Vladimir Putin, sobre a possibilidade de mísseis serem apontados para o território a partir de países vizinhos. Na avaliação dele, Estados Unidos e Rússia travam um jogo de forças em que “não há inocentes”. Como exemplo, recordou a invasão do Afeganistão pelas tropas americanas.
“Por mais interesses que possa haver das grandes potências, é lamentável que usem instrumentos de força contra os povos”, afirmou o deputado. “Os senhores da guerra não medem consequências contra as populações, estas sim as grandes vítimas”, prosseguiu.
O deputado Tony Gel (MDB) comentou a fala do colega, alertando para o risco de um conflito de proporções comparáveis às das duas guerras mundiais. “Corremos o risco de repetir estes fatos, atingindo toda a humanidade. É uma batalha desnecessária, pois a questão poderia ser resolvida pela diplomacia”, avaliou.