Romero Albuquerque defende CPI para esclarecer Caso Beatriz

Em 02/02/2022 - 16:02
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INVESTIGAÇÃO – “Não é questão de Governo ou de Oposição, mas de justiça para família que teve filha brutalmente assassinada.” Foto: Jarbas Araújo

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as circunstâncias do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, foi defendida pelo deputado Romero Albuquerque (PP), em discurso na Reunião Plenária desta quarta (2). O crime ocorreu no município de Petrolina (Sertão do São Francisco), em 2015.  O pedido apresentado por ele conta com o apoio de 13 dos 17 parlamentares exigidos para a abertura do colegiado, que tem poder de investigação.

Segundo Albuquerque, o objetivo da CPI é contribuir com a apuração do episódio. “Não há intenção de partidarizar a discussão, como foi dito por algumas pessoas. Nem se trata de uma questão de Governo ou de Oposição, mas de justiça para uma família que teve a filha brutalmente assassinada”, argumentou, cobrando posicionamento por parte de deputados que não endossaram a iniciativa.

“Muito me surpreende ver colegas emitindo notas apontando que uma CPI atrapalharia o andamento do caso para justificar a própria omissão. Na verdade, a comissão tem o propósito de agregar com os trabalhos”, observou o parlamentar. “Também fui acusado de ser de extrema direita, o que não sou”, acrescentou.

Ele salientou ter consultado a mãe da menina, Lucinha Mota, sobre a necessidade da CPI. “Nós confiamos na atuação da SDS (Secretaria de Defesa Social) e da Polícia Civil. Até parabenizo todos os esforços de ambas as instituições. Mas há alguns pontos que a família gostaria de esclarecer e eu, como pai, propus esse caminho.”

APOIO – Clarissa Tércio manifestou-se favorável à abertura da comissão, afirmando haver “grande apelo popular” nesse sentido. Foto: Jarbas Araújo

Primeiro a apartear Albuquerque, o deputado João Paulo (PCdoB) não assinou o pedido, justificando a necessidade de “seguir orientações partidárias que, muitas vezes, extrapolam posturas individuais”. Já a deputada Teresa Leitão (PT) lembrou ter sido relatora da CPI das Faculdades Irregulares e integrante de outros colegiados do tipo. “Todas essas iniciativas vieram depois de audiências públicas. A deputada Dulci Amorim (PT) propôs uma discussão ampla, a qual espero que seja votada de imediato”, declarou. “Se o debate não der conta, vamos ao passo seguinte.”

A deputada Clarissa Tércio (PSC) manifestou-se favorável à abertura da comissão, afirmando haver “um grande apelo popular para que a CPI seja criada”. “Ainda não há previsão para a realização da audiência pública. Queremos dar voz a uma mãe que não aceitou que o caso da sua filha virasse poeira nas prateleiras”, disse. 

Outro a apoiar a iniciativa foi o  deputado Joel da Harpa (PP). “Fico muito preocupado com a postura de colegas que não se posicionam. A CPI não é para dividir a Casa. Há perguntas que precisam ser feitas e esperamos que haja um entendimento”, complementou.

AUDIÊNCIA PÚBLICA – Para Dulci Amorim, é preciso seguir etapas: “Primeiro devemos debater, pois há perguntas a serem respondidas”. Foto: Jarbas Araújo

Por fim, Dulci Amorim, que é de Petrolina, ressaltou que, ainda em dezembro, quando houve a identificação do acusado de assassinar Beatriz, pediu para que a Alepe autorizasse a promoção de audiência pública sobre o caso. “Tenho acompanhado essa questão de perto, e o fato de não assinar o pedido de CPI é porque acredito que precisamos seguir etapas. Na minha opinião, primeiro devemos debater, pois há perguntas a serem respondidas”, finalizou.