Deputados cobram medidas contra torcidas organizadas após episódios de violência

Em 10/03/2020 - 18:03
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FEITOSA – “Havia mais de 500 policiais destacados para o jogo, mas não temos registro de que alguém tenha sido preso.” Foto: Roberto Soares

Os episódios de violência ocorridos no último sábado (7), dia do jogo entre Sport e Santa Cruz realizado na Ilha do Retiro, na Zona Oeste do Recife, provocaram reações de parlamentares na Reunião Plenária desta terça (10). Os deputados Alberto Feitosa (SD) e Delegado Erick Lessa (PP) cobraram ações contra as torcidas organizadas que promoveram conflitos no entorno do estádio.

“O que vimos foi um palco de guerra: jovens com pedras, paus e restos de pneu correndo uns em direção aos outros para se agredirem na Avenida Agamenon Magalhães”, relatou Feitosa. “Isso não pode ocorrer no Estado de Direito. Havia mais de 500 policiais destacados para o jogo, mas não temos registro de que alguém tenha sido preso. Além disso, era um local previsível para a briga. Precisamos de mais trabalho de inteligência policial e uma ação rígida contra esses criminosos.”

Para o deputado do Solidariedade, é necessário resgatar propostas como a apresentada pelo deputado Clodoaldo Magalhães (PSB) em 2009. O Projeto de Lei  nº 955/2009 previa a criação de um cadastro estadual de torcedores infratores, a proibição da venda de bebidas alcoólicas nos estádios (que ocorreu em 2009, mas foi revogada em 2015) e o impedimento de menores de 16 anos de entrarem desacompanhados em estádios.

“Essa matéria deveria ser reapresentada. Precisamos identificar as pessoas envolvidas em atos de violência e intimidar quem comete esses crimes com penas duras”, considerou Feitosa. “Os policiais ficaram assistindo àquilo tudo sem poder de fato atuar, porque não tinham recebido a orientação do que precisariam fazer.”

LESSA – “É imperioso que haja uma ação para que esses grupos sejam desmobilizados. Precisamos debater para buscar soluções.” Foto: Roberto Soares

Já Erick Lessa sugeriu a realização de uma audiência pública a fim de debater soluções para combater a violência cometida por membros de torcidas organizadas. “Apesar de o Poder Judiciário ter tomado a correta decisão de extinguir a existência jurídica dessas agremiações, não tivemos os efeitos desejados”, observou o parlamentar.

“É imperioso que haja uma ação para que esses grupos sejam desmobilizados. Precisamos debater e mobilizar a sociedade para buscar soluções”, prosseguiu o deputado do PP. “Com relação às torcidas extintas, é importante lembrar que, ao mesmo tempo em que a liberdade de associação é um direito constitucional, a própria Constituição também veda a associação para fins ilícitos”, complementou Lessa.

Em apartes, também cobraram ações contra as torcidas organizadas os deputados Antônio Moraes (PP), Rogério Leão (PL) e  Wanderson Florêncio (PSC). “Temos que exigir também dos clubes. Sabemos que, por medo ou conivência, esses grupos recebem ingressos e apoio deles”, sugeriu Moraes.