Alepe - Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco

     Art. 1º Fica denominada Rodovia Ricardo Brennand a PE-18, trecho que compreende a entrada PE-027 e entrada PE-005, próximo ao município de São Lourenço da Mata.

     Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

     Filho de Antônio Luiz de Almeida Brennand e Dulce Padilha Coimbra, Ricardo Coimbra de Almeida Brennand nasceu em 27 de maio de 1927, no Cabo de Santo Agostinho, Grande Recife. Passou os primeiros anos de vida na região da Usina Santo Inácio, propriedade de Antônio e Ricardo, os "Irmãos Brennand”.  Em 1930, família mudou-se o engenho São João, Várzea, Zona Oeste do Recife.

     Ricardo Brennand estudou no Colégio Marista, nos anos 1937 e 1942. Estudou, também, no extinto Colégio Oswaldo Cruz. Além das aulas tradicionais, recebeu educação complementar, cuja orientadora ensinou as línguas inglesa e alemã. A pretensão pelas línguas anglófonas justifica-se pela descendência inglesa dos Brennand - a linhagem do Brasil começou com a vinda de Edward Brennand para o litoral nordestino, em 1820.

     Brennand se formou nos cursos de engenharia civil e mecânica pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no ano de 1949. No mesmo ano, casou-se com Graça Maria Monteiro. Do matrimônio, nasceram oito filhos. Dedicou-se aos negócios da família, como fabricação de vidro, aço, cerâmica, cimento, porcelana e açúcar.

     Grande apreciador de artes, Ricardo desenvolveu paixão por colecionar peças históricas. Durante viagens, principalmente para a Europa e Ásia, adquiriu diversas obras, abrangendo períodos da Baixa Idade Média e século XX, com destaque para armas brancas, pinturas medievais e da idade moderna e esculturas de influência neoclássica. Costumava dizer que “ganhou o gosto por colecionar ao ganhar um canivete do pai ainda na infância, durante constantes viagens, principalmente para a Europa e Ásia, comprou diversas obras”.

     No ano de 1999, Brennand vendeu as fábricas de cimento ao grupo português Cimpor, arrecadando 590 milhões de dólares. Parte desses recursos, projetou o Instituto “Ricardo Brennand - IRB”, espaço cultural sem fins lucrativos, inaugurado em 2002. O espaço era uma homenagem ao seu tio homônimo, grande apreciador e incentivador de artes.

     O Instituto, construído nas terras do antigo Engenho São João, tornou-se conhecido mundialmente. Com uma área de 180 mil metros quadrados, formado por jardins, lagos, obras de arte e um castelo medieval, o complexo cultural reúne um amplo acervo da história e da arte. Possui mais de 5 mil armas brancas, espadas, armaduras, miniaturas, canhões, chaves, relógios e armas modernas automáticas.

     A inauguração, ocorrida há 20 anos, teve a presença do príncipe herdeiro da Dinamarca, Frederick Terceiro. O castelo também foi agraciado com a visita da Rainha Beatrix, da Holanda, acompanhada do filho William Alexander e da noiva máxima, que se tornariam rei e rainha dos Países Baixos. Na ocasião, inaugurou-se a maior coleção particular de quadros de Frans Post do mundo, composta de 15 pinturas. O pintor, da comitiva de Maurício de Nassau, transferiu para as telas as primeiras paisagens do Brasil do Século XVII.

     Enveredou pelo ramo de energia, investindo e mantendo parques eólicos e centrais hidrelétricas. No ano de 2009, retornou com a fabricação de cimentos. Sua trajetória ainda conta coma a construção do condomínio Reserva do Paiva, localizado num terreno da família.

     Ricardo Brennand faleceu em 20 de abril de 2020, aos 92 anos, no Recife, vítima de complicações da Covid-19. Entrou para a história de Pernambuco, eternizando seu amor pelas artes, pela cultura, e pelo desenvolvimento econômico, social, histórico e educacional.  

     Diante de tais considerações, peço o apoio dos nobres Deputados para a aprovação do presente Projeto de Lei.