O deputado Pastor Cleiton Collins, do PP, criticou, nesta segunda (23 de fevereiro), a proposta do Governo do Estado de criar uma secretaria executiva para atender às demandas de minorias, inclusive da comunidade LGBT. Segundo o parlamentar, a bancada evangélica da Assembleia defende que as políticas públicas sejam definidas para a sociedade como um todo e não apenas para um ou outro segmento.
Na opinião de Collins, o Poder Executivo deveria se preocupar com temas como educação, saúde, combate às drogas e ao desemprego. O deputado frisou que as conquistas alcançadas nessas áreas devem ser de todos e não apenas das minorias. Ainda segundo o parlamentar, do mesmo modo que a orientação sexual de cada um deve ser respeitada, os valores pregados pela igreja evangélica também merecem respeito. Sobre a homofobia, ele afirmou que nenhum ser humano deve sofrer violência, independente de ser homossexual ou não.
Em aparte, o deputado Adalto Santos, do PSB, afirmou que a bancada evangélica tem a responsabilidade de defender a família tradicional. Mas ele frisou que é preciso respeitar as diferenças, por acreditar que todos são iguais perante Deus. O deputado André Ferreira, do PMDB, fez críticas à nova secretaria. Para ele, a iniciativa permitiria privilégios aos homossexuais, que devem ser tratados com igualdade, como todos os outros segmentos sociais.
Professor Lupércio, do Solidariedade, afirmou que nada tem contra os gays, mas sim contra a prática da homossexualidade. Ele citou a Bíblia para dizer que a relação entre dois homens não é aceitável diante de Deus. Joel da Harpa, do PROS, afirmou que, diferentemente de outros segmentos, como os negros e os índios, os homossexuais não nascem minoria e podem optar por serem heterossexuais.
Já Priscila Krause, do Democratas, ressaltou estatísticas mostrando um aumento de 460% nas agressões contra os gays no Brasil e que, nesse contexto, não é privilégio ter uma secretaria para tratar do tema. Teresa Leitão, do PT, defendeu que a verdadeira democracia contempla as minorias de forma cidadã. Ela lembrou que a realidade social é dinâmica, e que até pouco tempo atrás não existia mulheres na política ou casamentos entre pessoas divorciadas.
Edilson Silva, do PSOL, colocou-se como ativista da causa LGBT, argumentando que a Bíblia não é o referencial para todos os brasileiros, mas sim a Constituição Federal. O deputado afirmou que a Comissão de Cidadania, da qual é presidente, vai lutar pelo combate a todas as formas de preconceito. (J.G.)