
PRESENÇAS – A falta de quórum tem repercutido nos pronunciamentos dos deputados à tribuna. Foto: Roberto Soares
Nas últimas semanas, o Plenário da Alepe não obteve quórum para votar projetos de lei incluídos na ordem do dia. O fato e suas consequências têm repercutido nos pronunciamentos feitos nas reuniões.
O quórum é a quantidade mínima necessária de parlamentares para deliberação. De acordo com o Regimento Interno da Alepe, é mandatória a presença da maioria absoluta dos deputados para votar projetos. O Legislativo estadual tem 49 deputados, logo são necessários 25 para dar andamento à pauta.
A ordem do dia, por sua vez, é a parte da reunião plenária destinada à discussão e à votação de projetos. Em geral, tem início logo após os pronunciamentos.
Entre as matérias que não puderam ser votadas estão o reajuste do piso salarial dos professores, a criação de cargos no Tribunal de Contas do Estado e a indicação do novo diretor-presidente da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro).
Questionamentos

TCU – Antonio Coelho, Alberto Feitosa e Waldemar Borges fizeram representação contra o Governo. Foto: Roberta Guimarães
Um grupo de deputados que tem marcado presença nas reuniões plenárias acusa o Governo do Estado de esvaziar o Plenário para impedir as votações.
Opositores e independentes afirmam que o Poder Executivo não tem respondido aos pedidos de informação a respeito da execução de empréstimos anteriores, autorizados desde 2023.
Cobram, ainda, a apuração de possíveis irregularidades no uso dos recursos de um dos financiamentos, e até acionaram o Tribunal de Contas da União (TCU) para averiguar o caso.
Governistas

DEFESA – A líder do governo, Socorro Pimentel, constestou as acusações de irregularidades. Foto: Roberto Soares
Por sua vez, deputados ligados à governadora Raquel Lyra reivindicam avanço na tramitação de projetos importantes para o Poder Executivo, como a autorização para a tomada de um empréstimo de R$ 1,5 bilhão e a indicação do novo administrador de Fernando de Noronha.
Os defensores do Governo negam irregularidades e acusam o grupo opositor de antecipação do debate eleitoral de 2026. No momento, as matérias referentes ao novo empréstimo e ao administrador de Fernando de Noronha dependem de deliberação da Comissão de Justiça.
Projetos que aguardam votação no Plenário da Alepe:
Projeto de Lei Complementar nº 2968/2025
Autoria: Raquel Lyra, governadora.
Objeto: Reajuste do valor do piso salarial do professor da rede pública estadual de ensino
Situação atual: incluído na ordem do dia de 4 de junho.
Projeto de Lei Ordinária nº 2864/2025
Autoria: Valdecir Pascoal, presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Objeto: Criação de cargos efetivos no quadro do Tribunal de Contas do Estado
Situação atual: incluído na ordem do dia de 4 de junho.
Projeto de Lei Ordinária nº 2891/2025
Autoria: Ricardo Paes Barreto, presidente do Tribunal de Justiça (TJPE).
Objeto: Mudanças no valor da taxa judiciária e das custas processuais
Situação atual: incluído na ordem do dia de 4 de junho.
Projeto de Resolução nº 2905/2025
Autoria: Álvaro Porto, presidente da Alepe.
Objeto: Aprova a indicação de Moshe Dayan para o cargo de diretor-presidente da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro).
Situação atual: incluído na ordem do dia de 4 de junho.
Projetos que aguardam votação nas comissões da Alepe:
Projeto de Lei Ordinária nº 2692/2025
Autoria: Priscila Krause, governadora (em exercício na ocasião).
Objeto: Autoriza o Poder Executivo a contratar empréstimo junto a instituições financeiras nacionais com a garantia da União
Situação atual: aguarda apreciação da Comissão de Justiça.
Projeto de Lei Ordinária nº 2729/2025
Autoria: Álvaro Porto, presidente da Alepe.
Objeto: Aprova a indicação de Virgílio de Almeida Oliveira para o cargo de administrador-geral do Distrito Estadual de Fernando de Noronha
Situação atual: aguarda apreciação da Comissão de Justiça.