
PADRÃO – Pressão estética pode levar jovens a transtornos alimentares graves. Projeto propõe conscientização e detecção precoce. Foto: Banco de imagens
Pressão social e ideais de beleza irrealistas estão tornando distúrbios alimentares cada vez mais comuns entre os jovens. Cerca de uma em cada cinco crianças entre seis e 18 anos apresenta algum tipo de desordem alimentar, de acordo com uma pesquisa divulgada pela Universidade de São Paulo (USP) em 2023. Diante desse cenário, a Alepe está debatendo o Projeto de Lei nº 1682/2024, que cria a Política Estadual de Prevenção e Detecção de Transtornos Alimentares como forma de instruir e ajudar jovens sobre a questão.
Uma nova enquete no site da Alepe quer ouvir a população a respeito do tema. A consulta ficará aberta até o dia 11 de abril.
Meninas
Uma pesquisa realizada na Espanha aponta que o comportamento alimentar não saudável afeta mais as meninas – cerca de 30%. Entre os meninos, o número cai para 17%. Se não tratadas, as desordens alimentares podem comprometer a saúde em diversos aspectos.
Caracterizada pela perda excessiva de peso, a anorexia, por exemplo, pode levar a danos cerebrais, perda óssea, dificuldades cardíacas e infertilidade. Os vômitos forçados, os exercícios excessivos e até o uso frequente de laxantes, relacionados à bulimia, podem resultar em problemas gastrointestinais, desidratação grave e dificuldades cardíacas. Já a compulsão alimentar, que favorece o acúmulo de peso, pode resultar em sentimentos de culpa, vergonha e angústia.
“É importante ressaltar que os distúrbios alimentares não afetam apenas a saúde física, mas também a saúde mental, podendo levar a sérias consequências, incluindo problemas de desenvolvimento, complicações médicas graves e até mesmo a morte”, destacou o deputado Edson Vieira (União), autor da proposta. Durante recente campanha do Setembro Amarelo, o Conselho Federal de Nutrição chamou atenção para o fato de transtorno alimentar ser fator de risco para suícidio.
O parlamentar avalia que a conscientização e a detecção precoce são fundamentais para garantir a saúde e o bem-estar dos jovens. As diretrizes estabelecidas pelo projeto são: conscientização e orientação da população; incentivo ao engajamento da família e dos profissionais da educação na identificação de sintomas; e estímulo à realização de avaliações de saúde. As ações previstas deverão ocorrer por meio de eventos, debates e materiais educativos.