
RECUPERAÇÃO – O evento foi promovido pela Frente Parlamentar em Defesa da Família. Foto: Nando Chiappetta
A Alepe sediou, nesta terça (29), o Fórum Pernambucano de Comunidades Terapêuticas. Aspectos legais, fontes de financiamento e a importância do trabalho de recuperação da cidadania dos usuários de drogas foram destacados pelos convidados. O evento foi realizado pela Frente Parlamentar em Defesa da Família, da Vida e de Políticas Sobre Drogas.

QUALIDADE – Coordenador da frente, Pastor Cleiton Collins defendeu o trabalho das comunidades. Foto: Nando Chiappetta
Coordenador do colegiado, o deputado Pastor Cleiton Collins (PP) destacou que a qualidade do serviço prestado pelas comunidades já conta com o reconhecimento da população e pontuou o papel da espiritualidade no processo de cura.
O diretor de Apoio às Comunidades Terapêuticas do Ministério do Desenvolvimento Social, Sâmio Falcão Mendes, disse que a pasta está trabalhando para aumentar as vagas conveniadas em Pernambuco (atualmente são 245). O ministério também busca atualizar os valores pagos por assistido, congelado em R$ 1172 desde 2015.

INFORMAÇÃO – Sâmio Mendes salientou a diferença entre comunidades terapêuticas e clínicas. Foto: Nando Chiappetta
Sâmio Mendes ainda defendeu aprimorar a regulamentação para evitar uma visão negativa das comunidades terapêuticas, fruto da confusão com outras instituições de atendimento a dependentes químicos. “Fico preocupado às vezes quando a mídia não diferencia o que é comunidade terapêutica do que é clínica. Comunidade terapêutica não faz internação e sim recolhimento voluntário, espontâneo, que a pessoa pode romper a qualquer tempo”, salientou.
Juiz da Vara de Execução de Penas Alternativas do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Flávio Fontes considerou indispensável o reforço das comunidades na recuperação de dependentes químicos. “Quem comete crime ligado diretamente à dependência química de álcool e outras drogas, nós muitas vezes não encaminhamos para a prisão, e sim para o tratamento, seja na rede pública, seja nas comunidades terapêuticas”, explicou.

JUSTIÇA – Flávio Fontes destacou a importância das comunidades para a execução de penas alternativas. Foto: Nando Chiappetta
Secretário-executivo de Políticas sobre Drogas de Pernambuco, Yuri Ribeiro disse que o Governo do Estado tem buscado uma aproximação com as entidades para compreender as demandas. O objetivo é dar o suporte técnico que as comunidades precisam para conseguir regularização e acesso a recursos. Mauro Barros, da Federação Brasileira Evangélica de Comunidades Terapêuticas, sugeriu ampliar a participação de psicólogos e de assistentes sociais nos conselhos e espaços de debate como estratégia para reforçar o caráter científico do trabalho desenvolvido. A vereadora do Recife Michele Collins (PP) disse que as cerca de 50 comunidades de Pernambuco querem mais espaço nos debates com o Governo do Estado.