Pernambuco registra aumento na oferta de cirurgias pelo sistema público

Em 27/10/2022 - 16:10
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REFORÇO – Segundo o secretário André Longo, o Estado contratou mais de 20 mil profissionais desde 2019: “Maior investimento em recursos humanos da história”. Foto: Evane Manço

Mais de R$ 3,43 bilhões foram investidos na saúde pública de Pernambuco no segundo quadrimestre de 2022, valor 16,9% maior que o registrado no mesmo período do ano anterior. Do total, 73,6% vieram dos cofres estaduais e 26,4% de repasses federais. As informações fazem parte do relatório apresentado à Comissão de Saúde da Alepe, nesta quinta (27), pelo secretário estadual André Longo.

Veja a apresentação do Relatório de Gestão da Saúde na íntegra

De acordo com o gestor, também houve um crescimento na quantidade de cirurgias, partos e transplantes realizados nos hospitais públicos do Estados. Ao todo, foram feitos 55.549 procedimentos cirúrgicos, um aumento de 11,8% em relação ao 2º quadrimestre do ano passado. O número de partos chegou a 21.663, um avanço de 7,6%.

Houve acréscimo, ainda, nas operações de transplantes: 510 registros no período, índice 17% superior ao de 2021. Nesse quesito, Longo registrou que o Hospital Otávio de Freitas (HOF) realizou, em agosto, o primeiro transplante ósseo da rede pública de Pernambuco.

Recursos humanos

Em maio, o sistema recebeu o reforço de 369 profissionais aprovados em concurso público. “Ao longo da pandemia, foram chamados todos os intensivistas pediátricos e neonatologistas, além de praticamente todos os pediatras, totalizando mais de 300 profissionais”, frisou o secretário.

No mês de junho, o Governo de Pernambuco publicou edital da seleção pública simplificada com 1.662 vagas para médicos, analistas, assistentes, engenheiros de segurança do trabalho, entre outros, e, em agosto, realizou mais uma convocação. Segundo André Longo, são mais de 20 mil contratações para a área desde 2019. “É o maior investimento em recursos humanos para a saúde pública da história de Pernambuco”, assegurou.

Outras ações

Longo informou que, no mês de maio, houve um repasse de R$ 222,5 milhões às redes municipais, recurso destinado a quatro ações estratégicas: Política Nacional de Hospitais de Pequeno Porte (HPP), Componente Básico da Assistência Farmacêutica (Cbaf), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Política Estadual de Fortalecimento da Atenção Primária (Pefap).

A publicação do edital de licitação para a primeira etapa das obras de requalificação estrutural do Hospital da Restauração (HR), em junho, também foi citada. Com investimentos de R$ 2,1 milhões, os serviços, que já estão em andamento, incluem a recuperação da fachada e da cobertura.

Já em agosto, Pernambuco eliminou os leitos psiquiátricos em unidades de longa permanência, com o fechamento do Hospital Colônia Professor Alcides Codeceira, em Igarassu (Região Metropolitana do Recife). “Consolidado como um dos estados pioneiros nas ações de fortalecimento da Reforma Psiquiátrica no Brasil, conseguimos atingir essa marca na luta antimanicomial graças à ampliação dos serviços substitutivos”, salientou o secretário.

Covid-19

INTERIORIZAÇÃO – “Obtivemos destaque mesmo sem o apoio do Governo Federal”, afirmou a presidente do colegiado, Roberta Arraes. Foto: Evane Manço

Entre as últimas ações voltadas ao controle da Covid-19, o gestor ressaltou o início da imunização de crianças com 4 anos de idade, no mês de julho, após a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Já em agosto, a vacinação foi ampliada para menores a partir dos 3 anos.

Em relação às doses de reforço, Pernambuco autorizou, em maio, a segunda rodada para adolescentes entre 12 e 17 anos. Em junho, ampliou o público elegível para a quarta dose, abrangendo a população a partir dos 40 anos e trabalhadores da saúde, de qualquer idade, que tenham recebido a terceira dose há mais de quatro meses.

Avaliações

A prestação de contas do gestor ao colegiado, a cada quatro meses, atende à determinação da Lei Complementar Federal nº 141/2012. Na exposição, Longo destacou a importância da transparência na execução dos serviços públicos. “A população precisa ter conhecimento sobre a aplicação da verba arrecadada pelo Poder Executivo para poder cobrar uma melhor utilização desse dinheiro”, pontuou.

Ele acrescentou, entretanto, que o advento da pandemia de Covid-19 atrapalhou o planejamento proposto para o setor durante os quatro anos da gestão de Paulo Câmara. “Mas, independentemente desse fator, houve um esforço para se cumprir as metas ao máximo. Acredito que Pernambuco passará pelo menos uma década para se recuperar das consequências da crise sanitária”, enfatizou.

Presidente da Comissão de Saúde, a deputada Roberta Arraes (PP) afirmou ter havido um esforço da pasta para fortalecer a interiorização dos serviços no Estado, que também foi possível com a destinação de emendas parlamentares. “Foram inúmeras ações no Agreste e no Sertão. Sabemos que podemos fazer mais, mas Pernambuco ganhou destaque mesmo sem o apoio do Governo Federal”, enfatizou a parlamentar. 

CONTROLE – “É necessário avançar, mas as conquistas obtidas representam um ganho para a população“, avaliou o conselheiro José Felipe Pereira. Foto: Evane Manço

“A apresentação mostrou que o Estado está conseguindo ampliar os serviços e a população pode ter mais segurança na assistência médica”, acrescentou o deputado João Paulo (PT).

Membro do Conselho Estadual de Saúde, José Felipe Pereira ressaltou o investimento feito ao longo dos anos, lembrando que a Comissão de Orçamento da entidade acatou as contas do último quadrimestre. “Claro que é necessário avançar, mas as conquistas obtidas representam um ganho para a população pernambucana. Espero que o Estado siga sempre nesse ritmo”, concluiu.

Veja a íntegra da audiência pública da Comissão de Saúde