
REPÚDIO – Segundo Alberto Feitosa, ato em favor da cannabis teve “anuência do governador do Estado e patrocínio de parlamentares”. Foto: Roberto Soares
A realização, no último sábado (21), da Marcha da Maconha no Recife – ato em favor da legalização da cannabis, assim como da regulamentação do comércio e do uso dessa substância – mereceu o repúdio de parlamentares da Alepe. A manifestação foi tema de discurso do deputado Coronel Alberto Feitosa (PL) na Reunião Plenária desta terça (24), apoiado pelos deputados Pastor Cleiton Collins (PP) e Clarissa Tércio (PP) em apartes.
O evento ocorreu na Praça do Derby, em frente ao Quartel da Polícia Militar, o que recebeu críticas de Feitosa. Ele também condenou “a anuência do governador do Estado e o patrocínio de parlamentares” ao protesto. “Nos vídeos que recebi, os organizadores defendiam a liberação de todas as drogas e o desencarceramento de pessoas ligadas ao tráfico, além de incentivar o consumo de entorpecentes no local”, expressou o parlamentar.
Ele ingressou, nessa segunda (23), com uma notícia-crime no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pedindo “a investigação de possíveis crimes cometidos por organizadores e envolvidos na Marcha”. Segundo o deputado, na ocasião, houve comércio de substâncias ilícitas e estavam presentes menores de idade.
“Estão corrompendo nossas crianças em plena luz do dia e em praça pública. Os manifestantes usavam drogas livremente e ainda gritavam: ‘Ei polícia, maconha é uma delícia’, em cima de um carro de som, na tentativa de desmoralizar os policiais ali presentes. O consumo de droga ilícita é crime”, ressaltou Feitosa.
Cleiton Collins endossou o repúdio ao ato: “O consumo de drogas é o caminho mais fácil para destruir uma família. O Governo deveria se preocupar em prevenir o uso. Liberar esse tipo de evento foi um grande erro”, afirmou. “Existem vários políticos no Estado que são pró-maconha, e o governo do PSB também mostra que é favorável. Estou envergonhada”, enfatizou Clarissa Tércio.
População de rua

CENTRO POP – “Frequentadores ficam pelos arredores consumindo drogas ou importunando os transeuntes”, alegou Wanderson Florêncio. Foto: Roberto Soares
O deputado Wanderson Florêncio (Solidariedade) foi à tribuna, nesta tarde, reclamar da instalação de um Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) no bairro de Setúbal, na Zona Sul do Recife. Esse tipo de espaço, administrado pela Prefeitura do Recife, atende pessoas em situação de vulnerabilidade que utilizam as ruas como local de moradia.
“A Capital pernambucana dispõe de duas unidades, uma em Santo Amaro (Centro) e outra na Madalena (Zona Oeste). Elas funcionam de segunda a sexta, das 8h às 17h. Contudo, fora desse horário, os frequentadores ficam pelos arredores consumindo drogas ou importunando os transeuntes”, relatou o parlamentar.
Para ele, antes de decidir instalar um Centro POP em Setúbal, a Prefeitura deveria ter conversado com os moradores do bairro que é, essencialmente, residencial. “Existe um risco de a região se tornar uma ‘cracolândia’. Quem vive lá teme perder a liberdade de circular pela vizinhança. Quero repudiar essa iniciativa e espero que o prefeito João Campos volte atrás na decisão”, apelou.
Preço dos combustíveis

GASOLINA – Para Doriel Barros, “presidente Bolsonaro não baixa os preços porque não quer”. Foto: Nando Chiappetta
Em seu pronunciamento, o deputado Doriel Barros (PT) apontou a responsabilidade do Governo Federal pela alta de preços de combustíveis no Brasil. De acordo com ele, em “mais um movimento para a exclusão dos mais pobres e o aprofundamento das desigualdades sociais”, o presidente Jair Bolsonaro mudou a política de preços, atrelando o valor da gasolina e do óleo diesel ao dólar.
“Quando muda o presidente da Petrobras, Bolsonaro quer passar uma imagem de que está preocupado, mas, na verdade, é só uma cortina de fumaça. O presidente não baixa os preços porque não quer”, opinou o petista. Ele lembrou que, nas gestões do ex-presidente Lula, em situação econômica mais adversa, os valores eram baixos. “O Governo Federal lucra com os altos ganhos da Petrobras. Parte do recurso vai para os cofres da União e ninguém sabe o que se faz com o dinheiro.”
Ensino domiciliar

SOCIALIZAÇÃO – Teresa Leitão salientou que importância da escola “vai além da aprendizagem formal”. Foto: Roberto Soares
Já a deputada Teresa Leitão (PT) manifestou-se contra a aprovação pela Câmara Federal, na última quinta (19), do Projeto de Lei nº 3262/2019, permitindo que pais eduquem os filhos em casa (homeschooling). Segundo ela, a iniciativa altera duas normas fundamentais para a educação nacional: a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
“A proposta ainda confronta a Constituição Federal, a qual determina que a educação deve ser oferecida pelo Estado, seguindo dispositivos e diretrizes curriculares”, pontuou a petista. Ela lembrou que a importância da escola vai além da aprendizagem formal, pois também é um espaço para a socialização.
“A medida retira da criança o direito de conviver com profissionais habilitados ao ensino e colegas da mesma idade. Espero que o Senado Federal a rejeite e que o Congresso Nacional passe a se preocupar com a melhoria da qualidade do ensino, a valorização do professor e outras demandas essenciais”, completou.
Luto

RELIGIOSO – João Paulo fez homenagem póstuma ao padre Reginaldo Veloso. Foto: Roberto Soares
Por fim, o deputado João Paulo (PT) fez uma homenagem póstuma ao padre Reginaldo Veloso, ex-pároco do Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife, morto na semana passada, aos 84 anos. O religioso comandou a paróquia entre 1978 e 1989, quando foi afastado pelo então arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso. “Ele foi expulso junto com outros padres considerados perigosos para a comunidade por serem progressistas e seguidores do arcebispo anterior, Dom Helder Câmara”, alegou o parlamentar.
O petista conheceu Veloso quando era jovem e logo se tornou um admirador do trabalho que fazia. “A tristeza por sua morte e a certeza de que seu exemplo seguirá adiante é o que sinto. Foi um homem de fé e de luta, empenhado em seguir a palavra de Cristo”, salientou. Este ano, João Paulo propôs a concessão do Título de Cidadão de Pernambuco ao religioso, que nasceu em Alagoas, mas a cerimônia para a entrega da comenda não chegou a acontecer.
Veja a íntegra da Reunião Plenária: