Juntas cobram uso de Libras em escolas e atos governamentais

Em 22/04/2021 - 17:04
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INCLUSÃO – “Em Pernambuco, há cerca de 14 mil pessoas surdas, que enfrentam dificuldades diárias para acessar serviços públicos e privados.” Foto: Evane Manço

O mandato coletivo Juntas (PSOL), representado pela deputada Jô Cavalcanti, registrou a comemoração do Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras) no próximo sábado (24). Em discurso na Reunião Plenária desta quinta (22), a parlamentar cobrou o ensino da linguagem nas escolas, bem como o emprego dela em atos de comunicação governamental e nos equipamentos culturais.

Modalidade gestual-visual reconhecida como segunda língua oficial do Brasil desde 2002, a Libras é utilizada pela maioria das pessoas com deficiência auditiva. “Em Pernambuco, esse segmento representa 7% da população. São cerca de 14 mil cidadãos, que enfrentam diversas dificuldades no dia a dia para acessar serviços e equipamentos públicos e privados”, informou Jô.

O mandato psolista reivindica mais instituições de ensino públicas com tradutores de Libras. “No Recife, só temos nove escolas que oferecem essa modalidade. É a presença do intérprete que garante a possibilidade de comunicação e educação para a pessoa surda”, apontou a deputada. Empresas e espaços de lazer são outros ambientes que deveriam contar com esses profissionais.

Entretanto, a principal cobrança diz respeito aos atos governamentais. “Na pandemia, é ainda mais necessário atentar para as necessidades e demandas das pessoas com deficiência. Isso começa pelo acesso à informação: o Governo do Estado vem fazendo publicações nas redes sociais sem o intérprete de Libras, o que obriga pessoas surdas a recorrerem a parentes e amigos para fazer a tradução”, relatou.

Jô Cavalcanti apresentou uma proposta para que a Alepe tenha esse profissional em todas as reuniões. Para ela, também é necessário dar prioridade às pessoas com deficiência na imunização e garantir auxílio emergencial para o segmento. “Em relação à vacina, a legislação já prevê tratamento diferenciado para esse público em situações de calamidade”, salientou.