Colegiado discute medidas para prevenir incêndios na Feira da Sulanca de Caruaru

Em 28/08/2019 - 14:08
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CARUARU - Comissão de Desenvolvimento Econômico promoveu audiência pública para que Corpo de Bombeiros apresentasse relatório sobre ocorrência registrada em maio. Foto: Roberta Guimarães

EVENTO – Comissão de Desenvolvimento Econômico promoveu audiência pública para que Corpo de Bombeiros apresentasse relatório sobre ocorrência registrada em maio. Foto: Roberta Guimarães

Medidas estruturadoras de prevenção a incêndios na Feira da Sulanca, em Caruaru (Agreste), serão foco de um grupo de trabalho a ser criado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico da Alepe. A proposta foi anunciada nessa terça (27), durante audiência pública em que foi apresentado relatório do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE) com detalhes da última ocorrência registrada no local, no dia 6 de maio deste ano. O debate ocorreu no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (Acic).

O documento contempla as duas fases de atuação do CBMPE. Primeiro foram apresentados os números e a estrutura utilizada, à época, para conter o fogo, que atingiu 75 boxes. Na ocasião, foi constatada quantidade insuficiente de extintores na Feira da Sulanca, além de estrutura elétrica precária e alto risco de propagação de incêndio. Ao todo, desde 2013, foram contabilizados cinco episódios no local. Na segunda etapa do relatório, a instituição destaca a necessidade urgente de medidas preventivas, como a remoção de substâncias inflamáveis e de fácil combustão, assim como a instalação de mais hidrantes.

Comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Cunha também observou a dificuldade de circulação de viaturas dentro da feira. Pela análise da entidade, é preciso haver mais rotas de fuga no espaço, além de um plano de combate a incêndios, a ser implementado pelo Poder Público municipal. “Nosso objetivo com essas sugestões é proteger a população. Por semana, cerca de 50 mil pessoas circulam pelo local. Providências precisam ser tomadas. Não queremos prejudicar os feirantes ao apontar a necessidade de abrir caminhos”, explicou.

ALTERNATIVAS - Para o presidente da Associação dos Sulanqueiros, é possível investir na compra de extintores de incêndio e na instalação de hidrantes. "Não queremos trazer prejuízos a quem trabalha no local", disse Pedro Moura. Foto: Roberta Guimarães

ALTERNATIVAS – Para o presidente da Associação dos Sulanqueiros, é possível investir na compra de extintores de incêndio e na instalação de hidrantes. “Não queremos trazer prejuízos a quem trabalha no local”, disse Pedro Moura. Foto: Roberta Guimarães

A possibilidade de que sejam liberadas vias na feira, contudo, despertou preocupação. Os comerciantes temem que, para que isso ocorra, haja a necessidade de retirar estandes. Para o presidente da Associação dos Sulanqueiros, Pedro Moura, “seria melhor investir em outras alternativas para não trazer prejuízos a quem trabalha no local”. “Existem outras possibilidades, como a compra de extintores de incêndio, instalação de hidrantes. Entendemos a intenção do Corpo de Bombeiros, mas precisamos preservar os pontos dos sulanqueiros”, argumentou.

Durante o debate, a feirante Joseane Bezerra alertou que, antes de qualquer solução, os comerciantes precisam ser escutados. Ela propôs que as rotas de fuga sejam feitas por meio dos bancos vazios. “Aquele é meu ganha-pão. Eu só sei vender, não sei fazer mais nada na vida. Não posso sair de lá. Eu sei que aquilo é um ‘barril de pólvora’ e a gente está querendo ajudar. Mesmo minha barraca sendo muito pequena, se for necessário, eu coloco, sim, um extintor de incêndio.”

O presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, deputado Delegado Erick Lessa (PP), cobrou da Prefeitura de Caruaru a apresentação de um plano de trabalho, além de lamentar a ausência de representantes da gestão municipal durante a audiência. O parlamentar defende, ainda, a realização de encontro para que o relatório elaborado pelo Corpo de Bombeiros também seja apresentado ao Ministério Público de Pernambuco. “Pretendemos formar o grupo de trabalho para pensar medidas de curto, médio e longo prazo. O objetivo é evitar que a insegurança afaste o visitante e termine prejudicando ainda mais os sulanqueiros”, observou.