
FOCO – Colegiado estimulou a participação e o debate para compreender a realidade do setor no Estado. Foto: Arquivo
Ouvir as demandas e considerações apresentadas por trabalhadores, empresários, especialistas e gestores públicos ligados à atividade rural. Este foi o foco da Comissão de Agricultura nos trabalhos realizados durante o primeiro semestre de 2019. Presidido pelo deputado Doriel Barros (PT), o colegiado estimulou a participação e o debate para compreender a realidade do setor no Estado.
O objetivo, nos próximos meses, é articular ações que respondam aos anseios apresentados e contribuam com o desenvolvimento pernambucano. “Desenvolvemos um processo de escuta junto à sociedade civil organizada e realizamos debates importantes, que nos darão, a partir de agosto, condições de implementar ações necessárias para valorizar o setor”, afirmou Doriel Barros.
Para direcionar as atividades do semestre, a comissão recebeu, em março, a economista e socióloga Tânia Bacelar, que apresentou os panoramas econômicos do Estado e do Brasil. A especialista – que foi diretora da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) – apontou novos cenários em Pernambuco que precisam ser considerados, a exemplo da perda de relevância de antigos segmentos, como a cana-de-açúcar e o algodão, a consolidação da fruticultura e a importância da avicultura para o País.
As sugestões de representantes do agronegócio foram ouvidas em reunião promovida pelo colegiado em abril, a qual contou com a presença de integrantes do setor sucroalcooleiro do Estado. No encontro, o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar) apontou os investimentos em segurança hídrica e em tecnologia como as principais necessidades deste mercado.

BARROS – Desenvolvemos um processo de escuta junto à sociedade civil organizada”. Foto: Arquivo
A situação dos parques eólicos instalados no Agreste do Estado também foi tema de debate da comissão, em maio. Os parlamentares discutiram formas de conciliar os benefícios econômicos e ambientais proporcionados por este tipo de energia limpa e os impactos negativos sentidos pelas comunidades que vivem no entorno dos geradores, as quais vêm sendo afetadas por ruídos e ondas eletromagnéticas.
Movimentos sociais, organizações que atuam no campo e entidades representativas de trabalhadores rurais também marcaram presença nas atividades do colegiado. Em junho, participantes de grupos como a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Pernambuco (Fetape), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Pernambuco (CTB-PE) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) vieram à Alepe defender o fortalecimento da agricultura familiar, priorizando a assistência técnica e a extensão rural.
A importância do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) para o desenvolvimento regional foi ressaltada em audiência pública realizada no fim de junho. Como parte da Campanha Nacional em Defesa dos Bancos Públicos, a atividade foi convocada para discutir propostas de privatização ou esvaziamento da instituição, responsável por cerca de 70% dos financiamentos voltados para a agricultura familiar na região.
A presença dos representantes do Governo encerrou, ainda em junho, o ciclo de escutas promovido pelo colegiado de Agricultura para nortear as ações que serão propostas a partir de agosto. Na ocasião, o colegiado recebeu o secretário estadual de Desenvolvimento Agrário, Dilson Peixoto, o diretor-presidente da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro), Paulo Roberto Lima, e outras autoridades, que explicaram as ações que vêm sendo desenvolvidas pelos respectivos órgãos.