COOPERAÇÃO – Gestor defendeu a participação de investimentos privados, por meio de parcerias, visando ao crescimento do complexo portuário. Foto: Jarbas Araújo
“Suape funciona hoje com 25% da sua capacidade.” A declaração foi feita, nesta quarta (24), à Comissão de Desenvolvimento Econômico da Assembleia pelo diretor-presidente do Complexo Industrial Portuário, Leonardo Cerquinho. Vislumbrando o crescimento do porto, ele defendeu a participação de investimentos privados por meio de parcerias. Estudo sobre qual o melhor modelo para Pernambuco será elaborado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Atualmente, Suape é o quinto maior porto do Brasil.
De acordo com Cerquinho, a previsão é de que o estudo seja concluído em até 18 meses. O objetivo é identificar modelos mais flexíveis de gestão, que possam proporcionar ganhos em eficiência e produtividade, além de atrair novos investimentos em infraestrutura. O diretor contou que, “mesmo com crescimento significativo nas movimentações de cargas nos últimos anos, o Porto de Suape precisa fazer novos investimentos para se manter competitivo”.
O Porto de Pecém, no Ceará, foi citado como exemplo. Diferentemente de Suape, Pecém conta hoje com recursos privados que têm permitido a expansão das atividades e agilidade no crescimento. “A legislação federal portuária foi ficando cada vez mais restritiva, tornando difíceis licenciamentos de novos terminais. Reflexo disso é que, desde 2012, estamos tentando licenciar um novo terminal de contêineres e ainda não conseguimos”, argumentou. Na avaliação de Cerquinho, Suape tem potencial para ter relevância comparada ao Porto de Hamburgo, na Alemanha. “Se queremos desenvolver Suape, precisaremos alcançar novos recursos”, frisou.
As parcerias que o Governo do Estado vislumbra são internacionais. Antuérpia (Bélgica), Cingapura, China, Dubai (Emirados Árabes Unidos) e Panamá foram alguns dos locais elencados. “Pecém, que é concorrente de Suape, hoje tem parceria com o Porto de Rotterdam (Holanda), o maior da Europa e quinto maior do mundo”, destacou Cerquinho. A participação holandesa envolve investimento de 30% nas ações, no valor de R$ 323 milhões. O gestor lembrou, ainda, que “entre 2010 e 2011, Pernambuco chegou a assinar um protocolo de intenções com o próprio Porto de Rotterdam”, mas a iniciativa não foi para frente.
AVALIAÇÃO – “Mesmo com crescimento significativo nas movimentações de cargas, o Porto de Suape precisa fazer novos investimentos para se manter competitivo”, disse Leonardo Cerquinho. Foto: Jarbas Araújo
A provável compra do terminal de contêineres de Salvador pela DP World, de Dubai, também foi pontuada. “Precisamos assegurar que Suape não fique para trás”, ressaltou. A Copergás foi citada como “um exemplo a ser seguido” de cooperação com ente privado. “A nossa intenção é fazer uma parceria. Não é deixar tudo na mão de iniciativa privada. Vamos fazer o estudo sobre os modelos possíveis. A única premissa é que o Estado não vai perder o controle das causas sensíveis de Suape”, garantiu.
Presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Delegado Erick Lessa (PP) agradeceu a disponibilidade e o interesse de Leonardo Cerquinho em apresentar para a Assembleia Legislativa as ações que estão previstas para Suape. É a segunda vez que o gestor participa de reunião do colegiado este ano. A primeira foi em março. Simone Santana (PSB) pontuou que fica feliz com as perspectivas de desenvolvimento para a região. “Concorrentes próximos estão dando passos largos. Precisamos avançar também.” Ao final do encontro, Lessa agendou para o dia 16 de maio visita técnica do colegiado ao complexo portuário.
Projetos – Além do debate sobre o Complexo Industrial Portuário de Suape, a Comissão deliberou sobre duas proposições e distribuiu outras 19 para relatoria. Também definiu para o dia 24 de maio uma audiência pública em Garanhuns (Agreste Meridional), a pedido do deputado Sivaldo Albino (PSB), para discutir potencialidades econômicas da região.
