Oposição e Governo divergem sobre ambulâncias sem uso no Hospital Otávio de Freitas

Em 20/03/2019 - 20:03
-A A+
Reunião Plenária - Dep. Marco Aurélio Meu Amigo

MARCO AURÉLIO – “Faz seis anos que estamos com os veículos prontos para servir ao povo, e o Governo do Estado não conseguiu colocá-los em uso.” Foto: Roberto Soares

Os líderes da Oposição, Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB), e do Governo, Isaltino Nascimento (PSB), repercutiram, em discursos na Reunião Plenária desta quarta (20),  reportagem da TV Clube apontando que mais de 20 ambulâncias do Samu estão paradas no Hospital Otávio Freitas, no Recife.

Marco Aurélio afirmou que os veículos chegaram desde 2013. “Faz seis anos que estamos com as ambulâncias prontas para servir ao povo, e o Governo do Estado não conseguiu colocá-los em uso.” De acordo com Nascimento, os veículos são fruto de um convênio entre o Ministério da Saúde e municípios pernambucanos, e seguiriam para o Sertão do São Francisco.

Conforme o governista, isso não ocorreu porque a Prefeitura de Petrolina desistiu, em dezembro, de coordenar a Quarta Macrorregião de Saúde. “As ambulâncias não pertencem ao Estado. Ele apenas está cedendo espaço para abrigá-las. Depois da recusa por parte da Prefeitura de Petrolina, o Governo encaminhou um documento ao Ministério da Saúde solicitando que a Região Metropolitana do Recife e o Agreste possam recebê-las”, disse.

“Quando o prefeito Miguel Coelho assumiu, em 2017, as ambulâncias já estavam lá há quatro anos”, afirmou Marco Aurélio, lembrando a ‘blitz’ feita pela bancada de Oposição, que encontrou problemas no Otávio de Freitas. Nos apartes, Priscila Krause (DEM) avaliou que a notícia demonstra a incapacidade operacional do Governo do Estado. Antonio Coelho (DEM) explicou que a prefeitura não ficou com os veículos porque a gestão estadual queria que Petrolina pagasse a conta do Samu na região, mas deve R$ 3 milhões de repasses para o serviço.

Recomendação – Outra notícia comentada por Marco Aurélio foi publicada no Diario de Pernambuco e  trata da orientação dada pela diplomacia dos Estados Unidos para que turistas evitem usar ônibus no Recife e frequentar o bairro do Pina (Zona Sul) à noite. O parlamentar afirmou que, ao alertar sobre o risco de crimes no Recife, o Departamento de Estado Americano expõe, “lamentavelmente, mais um ponto negativo de um governo que vive de propagandas hollywoodianas”.

Reunião Plenária - Dep. Isaltino Nascimento

NASCIMENTO – “As ambulâncias não pertencem ao Estado. Ele apenas está cedendo espaço para abrigá-las.” Foto: Roberto Soares

Nascimento salientou que as recomendações incluem também outros Estados do Brasil, tratado no documento como “um País em guerra”. E contrapôs a medida dos EUA à isenção, pelo Governo brasileiro, de vistos para cidadãos norte-americanos e da Austrália, Canadá e Japão. Sobre esse ponto, Alberto Feitosa (SD) retrucou, citando a expectativa positiva do setor de turismo com a ampliação da visitação ao País.

Carta dos Governadores Os parlamentares também divergiram sobre a criação do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável Nordeste e a assinatura da Carta dos Governadores do Nordeste, na última quinta (14). Para Marco Aurélio, os signatários demonstraram falta de brasilidade e “não querem um Brasil melhor, mas apenas fazer política com as pessoas que sofrem e precisam que o País vá para a frente”. “Eles demonstram propósito claro de enfrentamento ao Governo Federal”, endossou Feitosa.

Isaltino Nascimento, por sua vez, afirmou que o consórcio “estabelece um novo paradigma de gestão pública”. Para ele, os governadores “estão navegando contra a maré que quer acabar com a Administração Pública” e defendem o interesse do povo com relação à Previdência Social. Doriel Barros (PT) ratificou: “Estão vendendo os aeroportos, querem vender a Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) e acabar com o BNB (Banco do Nordeste) sem escutar os governadores. Então, eles têm que se unir para defender o Nordeste”.

João Paulo (PCdoB) e Antonio Fernando (PSC) também participaram das discussões. O comunista lamentou a falta de um projeto estratégico de nação. Já Fernando sustentou que a Previdência é superavitária quando se consideram as chamadas “contribuições sociais” que fazem parte do orçamento da Seguridade Social.