
OBJETIVO – Preocupação com os efeitos da poluição nas águas que abastecem vários municípios pernambucanos motivou a formação do grupo parlamentar. Foto: Sabrina Nóbrega
Cálculos de especialistas ambientais estimam a chegada dos rejeitos da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), ao Rio São Francisco até o fim deste mês. A preocupação com os impactos da poluição nas águas que abastecem vários municípios pernambucanos motivou a formação da Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco, instalada nesta terça (12) na Alepe. A primeira atividade será a participação no 58º Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas, em Belo Horizonte.
Eleito coordenador-geral do grupo, Lucas Ramos (PSB) pontuou que “o objetivo é incorporar a agenda do colegiado à nacional”. “A perspectiva de contaminação do Rio São Francisco é iminente. Temos que nos somar à luta para preservar a população, sobretudo a ribeirinha, a vegetação e os animais”, destacou. O deputado foi autor do Requerimento nº 9/2019, que propôs a criação da Frente Parlamentar, aprovada em Plenário no último dia 6.
“Não vamos medir esforços para contribuir com a redução dos impactos da tragédia de Brumadinho”, declarou Fabrizio Ferraz (PHS), eleito vice-coordenador. O relator será o deputado Isaltino Nascimento (PSB), que atuou na relatoria da Frente Parlamentar em Defesa da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), durante a legislatura anterior.
Defendendo que o trabalho do colegiado deve transcender a Alepe, Isaltino fez referência à participação do governador Paulo Câmara nos debates sobre o futuro da Chesf. “É importante que haja diálogo com os demais governadores da região”, sugeriu. Ainda evidenciou os resultados alcançados com as atividades da Frente Parlamentar da Chesf. “Parecia que tínhamos uma tarefa inglória, mas conseguimos atingir outras Assembleias. É importante que também façamos isso com esse grupo, inclusive envolvendo o Congresso Nacional.”
Dulcicleide Amorim (PT), Roberta Arraes (PP) e Pastor Cleiton Collins (PP) também integram a Frente em Defesa do Rio São Francisco. Avaliando que “o País vive um momento delicado”, Roberta apontou para a necessidade de unir forças. “Podem contar com a minha dedicação a fim de ajudar no que for possível para a defesa do rio que integra o Brasil”, declarou.
Presentes à reunião, Tony Gel (MDB) e Rogério Leão (PR) também se pronunciaram. “É importante que o Brasil defina políticas públicas voltadas para a defesa de seus mananciais, ou a humanidade vai pagar muito caro”, frisou o emedebista. Já Leão lembrou que muitos municípios são beneficiados pelo rio e defendeu, ainda, que não haja politização do tema: “O São Francisco não pertence a nenhum partido”.
A primeira atividade da frente será nesta quarta (13), quando Lucas Ramos representará o grupo no Fórum de Comitês de Bacias Hidrográficas, em Belo Horizonte. “Faremos de tudo para que o Rio São Francisco não seja vítima da inoperância que tomou conta do Governo brasileiro”, frisou Ramos. Ainda está prevista, para o dia 21, uma reunião na Câmara dos Deputados.