Comissão de Meio Ambiente conhece programa para descarte correto de pilhas

Em 28/11/2018 - 15:11
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INICIATIVA - Papão de Pilhas oferece a empresas e sociedade civil a oportunidade de fazer o descarte adequado, encaminhando itens para reciclagem. Foto: Sabrina Nóbrega

INICIATIVA – Papão de Pilhas oferece a empresas e sociedade civil a oportunidade de fazer o descarte adequado, encaminhando itens para reciclagem. Foto: Sabrina Nóbrega

A Comissão de Meio Ambiente recebeu, nesta quarta (28), representantes da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Pernambuco (Fecomércio-PE) para a apresentação do Programa Papão de Pilhas. A iniciativa oferece a empresas e sociedade civil a oportunidade de fazer o descarte adequado de pilhas e baterias, que são encaminhadas para reciclagem.

Em 2010, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou estudo que mostra que o Brasil perde R$ 8 bilhões por ano por deixar de reciclar resíduos que poderiam ser aproveitados. Além do prejuízo econômico, há também o impacto ambiental e para a saúde. No caso das pilhas e baterias de uso doméstico, que contêm metais pesados, o descarte incorreto pode contaminar o solo e a água, implicando em riscos como câncer e mutações genéticas.

A explanação foi conduzida por representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço Social do Comércio (Sesc), Sindicato do Comércio de Jaboatão dos Guararapes (Sindicom) e Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Recife (Sindvarejista). Entre eles, a coordenadora do Programa Ecos do Senac, Cecília Barreto. “As entidades que aderirem ao programa poderão instalar postos de entrega primários (até 5 kg) ou secundários (30 kg). Após o recolhimento, pilhas e baterias serão encaminhadas aos postos consolidados (unidades do Sesc ou Senac, Sindicom e Sindvarejista)”, explicou.

O material segue, então, para Votorantim, em Minas Gerais, onde é feita a logística reversa, reintroduzindo os componentes químicos e o metal na composição de novas pilhas. A Green Eletron, associação sem fins lucrativos, entrou como parceira, sendo a responsável por armazenar e enviar os produtos para reciclagem.

De acordo com a coordenadora de Sustentabilidade do Sesc, Elisabete Lacerda, o projeto oferece a garantia de que os componentes químicos nocivos ao organismo vão ser  utilizados, de fato, na confecção de novos produtos. “O projeto nasceu em 2010 por iniciativa do Sindicom e, a partir de acordo assinado em maio com a Secretaria do Meio Ambiente, a gente ampliou para todo o Estado. Hoje temos 127 pontos cadastrados. E, neste ano, já encaminhamos dois milhões de pilhas – duas toneladas – para reciclagem”, disse.

Durante a apresentação, o colegiado recebeu termo de adesão para que a Alepe passe a integrar o programa, como posto secundário. Da parte dos deputados, houve propostas para que as prefeituras do Interior sejam  incluídas, por meio de parceria com a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe).

O deputado José Humberto Cavalcanti (PTB), que presidiu a reunião, defendeu também punições mais severas para o descarte inadequado. “Quando pilhas e baterias são jogadas em lixos domésticos e lixões, o prejuízo é enorme para o meio ambiente”, avaliou.