Oposição repudia expulsão da Polícia Militar de líderes da Operação Padrão

Em 20/06/2017 - 20:06
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Reunião Plenária - Dep. Joel da Harpa

JOEL -“Truculência da SDS.” Foto: Giovanni Costa

Rendeu críticas ao Governo do Estado o processo disciplinar da Secretaria de Defesa Social (SDS) que resultou na exclusão dos policiais militares Alberisson Carlos e Nadelson Leite, à frente da Operação Padrão da Polícia Miliar (PM), realizada no final do ano passado. Nesta terça (20), no Plenário, a Oposição acusou o Poder Executivo de “perseguir” os servidores e de tentar “implantar uma ditadura” nas corporações de segurança de Pernambuco. A maioria da base do Governo esteve ausente da reunião, o que também foi alvo de queixas dos oposicionistas.

Segundo a portaria da SDS, os dois policiais, que são diretores da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, foram expulsos “a bem da disciplina”, por fazerem “comentários falaciosos e inconsequentes, fomentando a insubordinação dos membros da instituição militar contra superiores”. Os PMs punidos estavam presentes à Reunião Plenária.

Para o deputado Joel da Harpa (PTN), o episódio revela a “truculência” da Secretaria. “A livre manifestação do pensamento é direito constitucional, que não pode sofrer qualquer restrição”, asseverou. O parlamentar comentou que outros policiais, civis e militares, respondem a processos disciplinares semelhantes. “Que Governo é esse que não aceita ser criticado?”, protestou.

Presidente da Comissão de Cidadania, o deputado Edilson Silva (PSOL) classificou o episódio como “uma arbitrariedade inaceitável”. Na visão do psolista, a atitude do Governo tem o “DNA da censura”.  “A expulsão desses PMs significa uma tentativa de fechar, definitivamente, a Associação de Cabos e Soldados”, afirmou.

Reunião Plenária - Dep. Edilson Silva

SILVA – “Arbitrariedade inaceitável.” Foto: Jarbas Araújo

Em aparte, o líder da Oposição, Sílvio Costa Filho (PRB), disse que a ausência dos governistas no Plenário  “atrofia o debate e desrespeita a população pernambucana”. No discurso, o parlamentar dirigiu-se aos policiais militares presentes nas galerias, que gritaram palavras de ordem contra o secretário de Defesa Social, Angelo Gioia.

Também em apartes, Júlio Cavalcanti (PTB) chamou de “manobra” o não comparecimento dos governistas à reunião. “Esta é a casa da democracia, e o Palácio do Campo das Princesas, a casa do autoritarismo”, criticou. Álvaro Porto (PSD), cujo partido integra a base do Governo, analisou que “quem está na política tem que aguentar críticas ou, se não, sair do cargo”. Augusto César (PTB) também registrou solidariedade com os agentes de segurança pública no Plenário.