
SOLICITAÇÃO – Agricultores entregaram abaixo-assinado contra as alterações propostas pelo Governo Federal. Foto: Jarbas Araújo
* Atualizada às 16h11
Representantes da Federação dos Trabalhadores Rurais de Pernambuco (Fetape), da CUT e da Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais de Pernambuco (Fetaepe) participaram, nesta segunda (15), da reunião da Comissão Especial da Reforma da Previdência. Os agricultores entregaram um abaixo-assinado com 62 mil assinaturas contra as modificações para aposentadoria propostas pelo Governo Federal, por meio da PEC nº 287. O documento foi resultado de mobilizações e audiências públicas realizadas em 120 municípios do Estado e contém, ainda, resoluções contrárias à reforma, aprovadas por Câmaras de Vereadores de diversas cidades.
De acordo com o presidente da Fetape, Doriel Barros, os trabalhadores do campo esperam que os deputados estaduais e federais se posicionem contra a Reforma. “Esta comissão precisa se colocar contra a reforma da Previdência e encaminhar aos deputados federais o resultado do trabalho que a Fetape está fazendo. Vamos também procurar cada parlamentar para que eles votem contra o projeto”, pontuou.
O presidente do colegiado, deputado Sílvio Costa Filho (PRB), afirmou que o posicionamento dos agricultores será transmitido à bancada federal de Pernambuco e incorporado ao relatório final da comissão especial. “Nós encaminharemos essa posição da Fetape, o quanto antes, a todos os 25 deputados federais e aos três senadores da República por Pernambuco”, salientou.
Segundo o parlamentar, o relatório final do colegiado deve ser concluído até 25 de maio e será entregue aos presidentes da Câmara e do Senado Federal, além de outras autoridades. O senador Humberto Costa (PT) e outros deputados estaduais também compareceram ao encontro com os agricultores.
Plenário – À tarde, em discurso na Reunião Plenária, o deputado Odacy Amorim (PT) também comentou o encontro promovido pela comissão especial. O petista alertou para o pleito de profissionais do campo que trabalham com carteira assinada, cujos requisitos para a aposentadoria podem se tornar os mesmos exigidos aos empregados urbanos. Segundo o parlamentar, a questão preocupa a categoria porque, na zona rural, grande parte dos vínculos de trabalho formal são de curto prazo.
“No Sertão do São Francisco, por exemplo, temos milhares de pessoas com carteira assinada, mas em contratos muito curtos, de três a seis meses. Esses homens e mulheres não vão conseguir fechar o tempo de contribuição”, advertiu. “Quem vive da agricultura leva uma vida muito dura, e a reforma que está se desenhando não atende a esses cidadãos”, observou Amorim. No pronunciamento, o petista ainda lembrou o Dia das Mães e o Dia Mundial do Enfermeiro.