CRISE – Segundo o deputado, maior parte das nomeações beneficiou correligionários que disputaram as últimas eleições municipais. Foto: Jarbas Araújo

Em pronunciamento no Grande Expediente desta terça (21), o deputado Álvaro Porto (PSD) fez críticas à política de nomeação de cargos comissionados feita pelo Governo do Estado. O parlamentar informou que mais de 300 contratações desse tipo foram feitas pelo Executivo estadual nos últimos quatro meses e, segundo Porto, a maioria delas beneficiou correligionários que disputaram as eleições municipais.

Em meio a um momento de crise econômica, os gastos para o pagamento desses cargos – que segundo o parlamentar são próximos a R$ 2 milhões mensais – foram questionados na tribuna. “Como manter a esperança em melhoria dos serviços se entre as prioridades do Governo está a acomodação de quem não obteve êxito nas urnas?”, indagou Porto.

O deputado defende que o Executivo estadual direcione esses recursos para melhorar as políticas públicas. “Como não se incomodar com os milhões empregados para custear esses cargos se as polícias seguem carentes de estrutura, os servidores do Detran penam para conseguir condições mínimas de trabalho e gente morre por falta de medicamento?” pontuou.

Em aparte, o líder da Oposição, deputado Sílvio Costa Filho (PRB), também se posicionou. “Reconheço que há muita gente experiente nesse grupo que pode contribuir com o Governo. No entanto, é preciso que a Casa faça um debate amplo sobre a questão”, afirmou.

Em resposta, o líder do Governo, deputado Isaltino Nascimento (PSB), alegou que a forma de governo instituída no Brasil – República – pressupõe a formação de alianças políticas, e que contar com o apoio delas na gestão não é uma prática que se restringe a Pernambuco. “Não vejo nada fora do comum. As pessoas que não lograram êxito nas urnas fazem parte do meio e podem contribuir politicamente. Por isso, nada mais natural do que fazerem parte da gestão”, concluiu.