
ATOS – Como lembrou parlamentar, entidades estudantis e sindicatos de docentes têm promovido ocupações em escolas e campi de instituições de Ensino Superior. Foto: Henrique Genecy
Presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, a deputada Teresa Leitão (PT) anunciou, nesta terça (25), apoio à mobilização de estudantes e professores contra a reforma do Ensino Médio e contra a proposta de teto para os gastos públicos. Esta última, será votada hoje, em segundo turno, na Câmara dos Deputados.
Em oposição às medidas, entidades estudantis e sindicatos de docentes têm promovido ocupações em escolas e campi de instituições de Ensino Superior em todo o Brasil. No Estado, movimentos protestam nas instalações da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e da Universidade de Pernambuco (UPE).
“É uma reação forte, consciente e consistente”, classificou Teresa Leitão, avaliando que as medidas do Governo Federal congelam os recursos aplicados em educação no País e colocam em risco o cumprimento de metas do Plano Nacional do setor. “Já foi solicitado às universidades federais que diminuam as vagas em 20%, justamente quando vínhamos em um processo de interiorização e universalização do ensino”, criticou.
Na análise da petista, a reforma proposta para o ensino básico sugere um retorno a modelos adotados nos anos de 1970. “Foram décadas para recuperar aquele tempo perdido”, lamentou.
A deputada reclamou do “perfil autoritário” e da “falta de gosto pelo diálogo” com que as mudanças têm sido encaminhadas pelo Poder Executivo Federal. “A juventude sabe o que quer para o futuro e está reagindo. Os alunos não querem uma escola apequenada, onde não se forma criticamente, sem conteúdos contemporâneos e que prepara somente para apertar parafusos”, disse.
Audiência pública – Teresa Leitão ainda aproveitou o pronunciamento para anunciar a realização, nesta quarta (26), de audiência pública na Comissão de Educação sobre a reforma do Ensino Médio, para a qual foi convidado o ministro da Educação, Mendonça Filho. O debate, adiantou a parlamentar, deve girar em torno das mudanças no currículo, da expansão da carga horária e das políticas de financiamento para o setor. “Esperamos que as questões sejam esclarecidas. Não se pode diminuir a escola”, sustentou.