Projeto favorece perseguidos políticos

Em 26/04/2000 - 00:04
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Projeto favorece perseguidos políticos Os anistiados políticos de Pernambuco comemoraram ontem a aprovação do projeto de Lei que obriga o Estado a indenizar pessoas detidas por motivos políticos no período onde o País foi comandado por uma ditadura militar, entre 1964 e 1979.

Mesmo sendo aprovado por unanimidade, o projeto continua causando polêmica. Os anistiados, juntamente com alguns deputados, queriam ampliá-lo. O Governo do Estado não concordou.

Para o presidente da Associação dos Anistiados de Pernambuco (APAP), Antônio de Campos, o projeto do Executivo é a “pior versão” dos projetos apresentados no País.

“Queríamos avançar mais, mas a manobra utilizada na votação não permitiu sequer a manifestação dos parlamentares de oposição”, criticou. “Porém, não nos sentimos derrotados. Estamos satisfeitos pelo que conseguimos”, completou.

Segundo ele, o projeto, da forma que foi aprovado, contempla um número reduzido de anistiados – cerca de 60. “Por conta disto, a briga deve continuar na Justiça”, revelou.

O relator do projeto na Comissão de Justiça, deputado José Queiroz (PDT), lamentou o fato do Governo do Estado não ter enviado um projeto que “contemplasse os anseios dos anistiados”. “Cumprimos nossa palavra, mas não pudemos avançar mais”, acrescentou. “Temos que comemorar a vitória deles, os anistiados. Consideramos a aprovação um grande avanço”, reconheceu Luciana Santos (PC do B). João Paulo (PT) também lamentou a posição governista.

“Fizemos o possível, mas o Governo do Estado manteve-se indiferente. De qualquer forma, valeu a luta de todos”, afirmou. Daqui por diante, uma comissão vai analisar caso a caso para que sejam concedidas as indenizações, que vão variar de R$ 3 e R$ 30 mil. (M G)