Deputados criticam falta de medidas de prevenção O líder do PSB, deputado Pedro Eurico, defendeu ontem ações imediatas dos Governos Federal e Estadual no sentido de evitar um possível surto de letospirose, de outras doenças, previsível diante das inundações causadas pelas últimas chuvas.
Eurico ressaltou, na ocasião, a importância do gesto do Presidente Fernando Henrique, que veio ao Estado e observou a extensão da calamidade, mas lamentou a ausência de medidas preventivas da defesa civil, bem como a atuação precária dos órgãos responsáveis pela prevenção e assistência em situações de calamidade.
De acordo com o parlamentar, há necessidade de enfrentar as questões imediatas, como a hipótese de surtos, e cuidar de fazer um diagnóstico preciso, um levantamento detalhado, das perdas causadas ao setor produtivo, à industria e ao comércio, aos que tiveram suas casas destruidas e perderam tudo.
Ranilson Ramos (PPS), em aparte, criticou a resposta lenta dos Governos Fernando Henrique e Jarbas, e as posições assumidas pelos responsáveis pela gestão do Estado, atribuindo aos opositores a intenção de explorar politicamente a tragédia. “A oposição tem o direito legítimo de apontar os erros administrativos e responsabilizar os dirigentes, apontar suas falhas”, afirmou.
Pedro Eurico insistiu na defesa de ações do Governo do Estado, da Presidência da República. Ele sugeriu a criação de uma linha de crédito através da Caixa Econômica Federal, do Banco do Nordeste e do Banco do Brasil, com recursos para recuperar as perdas na produção, ajudar na construção de casas e aquisição de bens.
Ele adiantou que tais medidas, rotineiras depois de situações críticas, têm que ser complementadas com planos e programas que contribuam efetivamente para evitar tragédias, na seca ou no inverno. “É preciso ter uma atuação constante da defesa civil, das instituições públicas, evitando as medidas do dia seguinte, sempre emergenciais”, apontou.
Augusto César (PSDB) concordou com a sugestão de ações para evitar surtos e defendeu maior empenho das autoridades. Mavial Cavalcanti (PFL) assegurou ser necessário agir com antecendência e deixar de atuar nas emergências, o que exige intervenções nas áreas de periferia.
Diniz Cavalcanti (PMDB) sustentou a importância de unir as ações às palavras, que todos devem trabalhar juntos para superar os efeitos das chuvas e inundações, lembrando que não bastam medidas paliativas diante da seca ou dos temporais. “A região não pode viver de medidas emergenciais a vida inteira”, assinalou.
Luciana Santos (PCdoB) cobrou das instituições públicas ações preventivas para evitar os efeitos dos fenômenos naturais. Ela lembrou que há condições para intervir e enfrentar as intempéries, de forma que não se pode atribuir apenas à natureza situações de flagelo, sendo necessário agir para prevenir e impedir que cause tantos danos à população. (Nagib Jorge Neto)