Paulo Rubem denuncia demissão de ferroviários O deputado Paulo Rubem (PT) protestou ontem, na Assembléia Legislativa, contra a demissão de 38 trabalhadores da Companhia Ferroviária do Nordeste, inclusive os dirigentes do Sindicato dos Ferroviários, num descumprimento de compromissos assumidos quando da privatização da Ferrovia, que previa assegurar a estabilidade dos dirigentes sindicais.
Paulo Rubem adiantou que a CFN assumiu o controle da ferrovia com todo tipo de favorecimento do Governo Federal e sua promessa era de realizar investimentos na malha ferroviária, na construção da Transnordestina, mas de concreto não fez nada e agora agrava a situação da empresa, do Estado, com aumento do desemprego e perdas para os trabalhadores.
Paulo Rubem abordou em seguida a questão dos recursos oriundos da privatização da Celpe, do gerenciamento e remuneração, assegurando que o Governo do Estado tem de informar sobre o que acontece e não pode alegar sigilo bancário acerca da decisão de optar pelo ABN-BANDEPE. No seu entendimento, a medida deveria ser tomada mediante processo de licitação.
Ele lembrou a manipulação dos créditos do antigo Banco Estadual de Pernambuco BANDEPE, que foram distribuidos sem maiores cuidados entre amigos de vários governos. As operações resultaram em cerca de 350 milhões de créditos concedidos que sumiram pelo ralo e daí para sanear o banco o Estado teve de endividar-se em pelo menos RS 1,5 bilhões, vendendo a instituição por apenas 182 milhões.
O petista comentou também a emissão de títulos para pagamento de precatórios, em que mais uma vez a engenharia dos “bons negócios” prevaleceu, com fartas comissões, deságios, e agora fala-se de forma otimista do futuro promissor de Pernambuco com os milhões da venda da CELPE, sendo necessário ter os pés no chão.
Com base nessa visão, ele adiantou que os RS 1,78 bi serão pagos em tres parcelas, sendo que a última só daqui a um ano, afora o fato de que se vendeu uma empresa rentabilissima por quase o mesmo valor de toda a dívida contraída pelos Governos de Joaquim Francisco e Miguel Arraes, entre 1991 e 1998, para consertar o Bandepe, então estatal.
Paulo Rubem defendeu o acesso, por senha informatizada, aos gastos do Poder Executivo, empenho por emprenho, programa por programa. (Nagib Jorge Neto)