Diretor de Destilaria dá explicações à CPI

Em 21/06/2000 - 00:06
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Diretor de Destilaria dá explicações à CPI A CPI dos Combustíveis intensificou ontem os trabalhos de investigação sobre as suspeitas de sonegação fiscal na comercialização de álcool. Os deputados colheram o depoimento do diretor da Destilaria Cachoeira, engenheiro agrônomo Laerte Pedrosa de Melo.

Ele garantiu que, como pequena empresa, recolhe todos os impostos. O deputado Paulo Rubem Santiago (PT) questionou o empresário sobre os motivos da destilaria está incluída na lista de empresas que prestaram informações divergentes de estoques de álcool à Secretaria da Fazenda (Sefaz) e à Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Além disso, a Cachoeira realizou compras de álcool acima da sua capacidade de produção. “Estes artifícios pode estar sendo usados para encobrir sonegação de impostos”, afirmou o petista. Melo não convenceu os deputados quando deixou de responder a informações básicas da empresa.

Até 1995, Laerte era funcionário da Agroindústria Usina Nossa Senhora do Carmo.

Com o fechamento da usina, ele abriu a destilaria em nome de uma filha e firmou sociedade com Murilo da Rocha. A Cachoeira assumiu a massa falida da usina.

“Nós só podemos continuar trabalhando porque conseguimos uma liminar que garante a venda do álcool direta aos postos”, disse.

Ele informou o preço do álcool praticado na venda direta (R$ 0,53) e o das distribuidoras aos postos (R$ 0,79, em média). O deputado André Campos (PTB) sugeriu que fosse estudada a possibilidade de incluir no relatório final apelo para mudança na legislação federal, com o objetivo de evitar o atravessador.

“Sem as destilarias na cadeia de venda, o consumidor vai sair ganhando. Embora seja necessário analisar as conseqüências na fiscalização da qualidade do combustível”, completou. (P M)