O coordenador do setor de transportes da Fábrica Vitarella, Manoel Quirino da Costa, e o assessor jurídico da empresa, André Rego, foram ouvidos, ontem, pela CPI do Roubo de Cargas e Tráfico de Drogas. Ambos foram convidados a depor para esclarecer detalhes sobre um roubo de carga que tem como acusados os motoristas Jurandir José Trindade e Cosme Barbosa Lopes.
De acordo com Manoel Quirino, que trabalha há dez anos na Vitarella, Jurandir foi contratado a partir da indicação de um prestador de serviço, conhecido por Márcio. “Checamos as informações do Jurandir e apenas o telefone residencial dele foi confirmado. Autorizamos o transporte da carga e ele foi buscá-la acompanhado por um homem moreno, que pode ser o Cosme Barbosa Lopes. Quatro dias depois, alguém ligou para o meu celular a cobrar, identificou-se como Jurandir e avisou que a carga e o caminhão tinham sido roubados”, declarou.
André Rego disse que notificou a Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas sobre o caso e, dois dias depois, recebeu via Sedex a cópia de uma ocorrência policial registrada em Sergipe. “A carga seria levada para a Bahia. No telefone, ele disse que tinha sido roubado próximo a Caruaru, mas na ocorrência policial, Jurandir contou que o assalto aconteceu em São Miguel. A carga, avaliada em aproximadamente R$ 50 mil, não tinha seguro”, informou.
Cosme e Jurandir já foram ouvidos pela CPI, na última terça-feira. Jurandir defendeu-se dizendo que o caminhão estava sob a responsabilidade de Cosme, quando desapareceu, próximo a Caruaru. “Fui para um hotel e ele ficou com o caminhão. No outro dia, Cosme chegou e disse que tinham assaltado a carga e me apresentou um boletim de ocorrência”, detalhou.
O deputado Aglailson Júnior (sem partido), que presidiu a reunião, afirmou que a CPI está ciente da ação de uma quadrilha que “forja” assaltos para receber o seguro das mercadorias. “A Vitarella não tinha seguro, mas a CPI tem comprovado que há um quartel montado para extraviar mercadorias. Os assaltos são, muitas vezes, forjados para o recebimento de seguros”, avaliou.