Por apenas um voto (18 a 17), a Alepe rejeitou, ontem, o requerimento 392, de autoria do deputado Sílvio Costa (PMN), que solicitava a criação de uma comissão especial para analisar os custos das obras e contratos realizados pelo Governo do Estado, desde 1999 até a presente data. A proposta foi criticada pelos governistas, que consideram a medida “uma ingerência nas atribuições do Tribunal de Contas e do Ministério Público”.
Para Pedro Eurico (PSDB), o requerimento não tinha cabimento. “Representaria um cheque em branco com a chancela da Alepe”, justificou. Para ele, a proposta é “arbitrária, pois não se justifica colocar dúvida em tudo e todos”. Sílvio Costa ironizou. “Pedro Eurico é competente para defender o indefensável”. O líder da Oposição, Sérgio Leite (PT), encaminhou a votação favorável ao requerimento, defendendo-o como “meio de ampliar as atribuições de fiscalização dos parlamentares”. Já o líder do Governo, Bruno Araújo (PSDB), lembrou que a questão precisava ser tratada com seriedade. “Não se deve usurpar as competências do TCE, nem desmerecer o Ministério Público”, concluiu.
Antônio Moraes (PSDB) sugeriu que a bancada do prefeito João Paulo (PT) aprovasse requerimento semelhante na Câmara do Recife. O líder do PT, Isaltino Nascimento, aceitou o desafio e concordou em assumir o compromisso pelos vereadores. João Negromonte (PMDB) interferiu, exigiundo seriedade do PT. Ele lembrou que os deputados não podem ser responsabilizar pelos vereadores, “porque têm posições divergentes”. “Aqui, eles defendem o voto aberto, mas lá, os vereadores defendem o voto secreto”, questionou. Costa rebateu, lembrando que “seriedade é exigir investigação”.