Preocupado com o caso do grampo telefônico na Bahia, o deputado Fernando Lupa (PSDB) solicitou ao presidente da Casa, Romário Dias (PFL), uma investigação na Alepe, sugerindo uma varredura no prédio e rastreamento dos telefones celulares dos 49 deputados, “a fim de assegurar a privacidade dos representantes do povo”.
Romário afirmou que marcará uma audiência com os representantes da Polícia Federal, Tribunal de Justiça, Secretaria de Defesa Social e Ministério Público para tomar as providências necessárias para a varredura na Alepe.
De acordo com Lupa, é necessária a investigação para se evitar a banalização das escutas telefônicas. “Causa perplexidade como estão sendo tratados os casos de grampos sem a devida autorização. Na Bahia, existem cerca de 250 grampos, em nome do senador Antônio Carlos Magalhães, não autorizados”, disse Lupa, que criticou o Partido dos Trabalhadores (PT) “por não ter assinado a CPI dos Grampos no Congresso Nacional”.
Defendendo os interesses do seu partido, o deputado Isaltino Nascimento alegou que o PT é a favor da subscrição do documento que cria a CPI na Câmara Federal, mas que o Congresso seria o encarregado em formar a comissão. “Sou favorável à investigação aqui na Alepe. Nós, da Oposição, mais do que ninguém, precisamos dela. Tenho conhecimento de que o governador Jarbas Vasconcelos já adquiriu um equipamento de escuta telefônica”, alegou.
Lupa salientou que a máquina de escuta é muito cara, cerca de US$ 12 mil, e que não existe comprovação da compra do equipamento em Pernambuco. O líder do PFL, Augusto Coutinho, disse que Sérgio Leite (PT), no ano passado, ficou de provar a existência do equipamento, mas, até agora, não tinha cumprido a promessa.
“Quero cobrar dele as provas”, afirmou.
Izaías Regis (PSB) disse já ter sido alertado sobre possíveis grampos no seu celular, quando ainda em campanha eleitoral. “Temos que exigir providências para a nossa proteção”, frisou.