A Comissão de Saúde entregou à Mesa Diretora um pedido de criação de uma comissão especial para discutir a falta de leitos nas unidades de terapia intensiva (UTIs) dos hospitais públicos do Estado. A proposta foi feita pelo deputado Raimundo Pimentel (PSL).
A decisão saiu, ontem, depois de uma audiência pública que discutiu a questão.
“Deveríamos ter uma política de descentralização das UTIs, levando profissionais para o interior do Estado. A região metropolitana concentra 95% das unidades de terapia do Estado, e isso é um absurdo que não podemos aceitar”, declarou o presidente do colegiado, deputado Sebastião Oliveira Júnior (PFL).
A gerente de fortalecimento da rede privada da Secretaria Estadual de Saúde, Cláudia Zirpoli, disse que, em 1999, existiam 159 leitos e, depois de investimentos realizados pelo Governo do Estado, a previsão é que, até o final deste ano, esse número passe para 420 leitos, “de 509 necessários para um bom funcionamento”. “O nosso principal problema é a falta de especialistas no interior e de cursos de especialização em terapia intensiva no Estado.
Precisamos investir nos centros de Caruaru e Petrolina, pois em outras re giões seria inviável pela falta de recursos humanos”, informou.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), André Longo, disse que Pernambuco tem “a pior quantidade leitos para cada 100 mil habitantes do Brasil”, tendo uma média de 3,4 leitos, contra a média nacional de seis leitos. “Deveria-se investir num plano de cargos e carreiras para valorizar o médico, incentivando ele a se fixar no interior”, afirmou. “Estou preocupado com a falta de assistência de emergência no interior. É necessário adequar a quantidade de UTIs ao número de leitos”, completou o secretário geral do Conselho Regional de Medicina (Cremepe), Roberto Tenório. “Vamos verificar o funcionamento das UTIs de Pernambuco e cobrar do Governo do Estado soluções para o problema das UTIs. O governador deve lembrar que não existe só a RMR”, finalizou o deputado Alf (PDT).
Estiveram presentes também, na audiência pública, os diretores dos hospitais Barão de Lucena, Correia Picauço, da Restauração, Agamenon Magalhães, Getúlio Vargas, Otávio de Freitas e Oswaldo Cruz, promotoras do Ministério Público, representantes da Secretaria de Saúde do Estado e o presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal do Recife, vereador Paulo Dantas (PC do B).
