O Poder Legislativo conferiu o título de cidadã pernambucana à médica potiguar Ana Maria de Brito na quinta (8). A homenagem prestada pela Casa de Joaquim Nabuco à gastroenterologista e epidemiologista ocorreu durante reunião solene proposta pelo deputado Gilmar Júnior (PV). A cerimônia foi realizada no Auditório Senador Sérgio Guerra, na Alepe.
Natural do município de Serra Negra do Norte, localizado na região do Seridó do Rio Grande do Norte, Ana Maria de Brito veio para Recife no ano de 1971 com o objetivo de concluir o Ensino Médio. Após finalizar o terceiro ano científico, decidiu permanecer na capital do Estado, onde ingressou no curso de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Formação
O extenso currículo da médica foi enaltecido por Gilmar Júnior na abertura da solenidade. Ele destacou a dedicação aos estudos em formações distintas, dentre as quais um pós-doutorado em Epidemiologia pela Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos. Esses cursos permitiriam que ela se tornasse docente da Universidade de Pernambuco (UPE).
Além disso, posteriormente, a potiguar também passaria a ser pesquisadora do Instituto Aggeu Magalhães (IAM), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). No IAM, coordenou projetos de pesquisas, nacionais e estaduais, a exemplo de estudos sobre doenças infecciosas, como “A avaliação da mortalidade e sobrevida por Aids em Pernambuco e no Brasil”.
Para Gilmar Júnior, a concessão do título de cidadã à norte-rio-grandense era “uma honra”. O deputado foi aluno e orientando de Ana Maria e se disse grato pelos anos de convívio com a professora. “Ela é sinônimo de trabalho, de competência, e é a prova de que conseguimos chegar em posições importantes para mudar a vida das pessoas, mesmo saindo de realidades difíceis.”
Agradecimentos
Ana Maria também comentou a própria trajetória, marcada por inúmeras privações, e destacou ser o seu crescimento fruto do apoio de muitas pessoas.
A médica ressaltou a relevância dos pais, que eram trabalhadores rurais; da avó, que, mesmo nunca tendo frequentado uma escola, a alfabetizou de maneira autodidata; do marido, que sempre lhe deu suporte para que se dedicasse à profissão, e dos filhos.
“Revendo a minha história, que só conheci o que era um médico aos 15 anos, eu decidi, lá atrás, que não faria da doença das pessoas uma mercadoria, nem da medicina um comércio. Eu iria trabalhar em prol da saúde de todos. E assim eu fiz”, refletiu, sendo aplaudida por familiares, alunos e demais presentes, a exemplo do ex-vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira – seu colega de turma na UFPE.