REUNIÃO – Representantes das prefeituras de Jaboatão e Recife mostraram seus planos para a Frente. Foto: Rebeca Alves
Debater o plano de contingência foi o objetivo da primeira reunião da Frente Parlamentar do Rio Tejipió, realizada na última quinta (18). O documento detalha as ações que devem ser adotadas por diversos órgãos em situações de desastre e de emergência, além dos locais de abrigamento dos moradores atingidos.
Nenhum dos municípios da Bacia do Rio Tejipió – Recife, Jaboatão dos Guararapes e São Lourenço da Mata – divulgou um plano de contingência para o inverno de 2024 específico para o curso d’água.
A situação ocorre enquanto a Região Metropolitana já está na chamada quadra chuvosa, período compreendido entre 15 de abril e 15 de agosto, que exige maior atenção do Poder Público com a população exposta a risco de inundações e de deslizamentos de barreiras.
Na reunião de quinta, representantes dos governos municipais de Recife e Jaboatão dos Guararapes, por onde passa a maior parte do curso do Rio Tejipió, explicaram suas estratégias para este inverno.
Prefeituras
ANÚNCIO – Giselle Vieira informou que plano de contingência de Recife será apresentado na semana que vem. Foto: Rebeca Alves
O plano de contingência do Recife está pronto e deve ser divulgado no site da Operação Inverno na próxima semana. O anúncio foi da gerente-geral de Atenção Social da Defesa Civil, Giselle Vieira.
Ela também destacou ações já iniciadas dentro do programa de requalificação urbana Pró Morar. Os recursos para este ano são de R$ 40 milhões para a Bacia do Tejipió, mas o prazo para a implantação total é de cinco anos.
Segundo a representante da Defesa Social recifense, algumas intervenções já começaram neste ano. Elas incluem dragagem e alargamento de alguns trechos do rio e a construção de parques alagáveis no trecho entre Areias e Ipsep.
Ela listou também a instalação de três pluviômetros na Região Político Administrativa (RPA) 5 do município, onde fica a bacia do Tejipió no município.
EXPLICAÇÃO – Ana Cláudia Cavalcante explicou que trecho do Tejipió em Jaboatão é abarcado por um plano geral para inundações do município. Foto: Rebeca Alves
“É um conjunto de intervenções está sendo pensado pela Prefeitura do Recife para que sejam medidas de médio e longo prazo, inclusive em algumas áreas o reassentamento de algumas famílias que estão nessas áreas não edificáveis”, explicou Giselle Vieira.
“Essas famílias estão vivendo em condições desumanas. O processo de reassentamento dessas famílias vai acontecer na medida que o programa vai evoluindo nesses bairros”.
Representante da Secretaria de Defesa Civil de Jaboatão dos Guararapes, Ana Cláudia Cavalcante garantiu que a população será assistida pelo plano de contingência que já abrange todo o município.
“A gente tem cerca de duas mil pessoas impactadas diretamente pelas inundações do Tejipió. Não há um plano específico para o Rio Tejipió, mas um plano que já abarca toda a população que precisar de assistência em momentos de inundação. Jaboatão tem uma população de 600 mil habitantes, então o impacto para duas mil pessoas consegue ser abarcado pelo plano com que já estamos atuando”, explicou Ana Claudia.
Sociedade Civil
Moradores e representantes de organizações que atuam na Bacia do Rio Tejipió também acompanharam os debates.
PARTICIPAÇÃO – Jéssica Dias, do Fórum Popular do Tejipió, pediu que ações para o rio ocorram de forma permanente e em diálogo com a população. Foto: Rebeca Alves
Jéssica Dias, do Fórum Popular do Rio Tejipió, nomeou as chuvas de ‘calendário ambiental comunitário’, dada a recorrência dos prejuízos para as famílias.
Ela pediu que as prefeituras pensem formas de fortalecer organizações que já conhecem as dinâmicas locais para que possam construir planos específicos.
Jéssica também defendeu fortalecer a educação ambiental e deu como exemplo o descarte de lixo doméstico em áreas onde a população nem sabe que a água acumulada é parte do rio.
“Devemos trazer essas famílias para um diálogo e pensar estratégias conjuntas para um processo de educação ambiental. E com um plano de contingência integrado não só entre as secretarias, mas com as organizações mapeadas”, defendeu a representante do Fórum Popular.
Jéssica Dias também ressaltou que essas ações não podem ter foco apenas no período do inverno, mas precisam ser de ordem contínua.
PRÓXIMOS PASSOS – João Paulo pretende chamar representantes do Governo do Estado na próxima reunião. Foto: Rebeca Alves
A reunião da Frente contou, ainda, com a participação da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), Defensoria Pública de Pernambuco, Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-PE), Universidade Federal de Pernambuco e Comando Militar do Nordeste.
Coordenador da Frente, o deputado João Paulo (PT) pretende convidar representantes do Governo do Estado para contribuir com o trabalho. Ele também anunciou data e local da próxima reunião: será no dia 30 de abril, na Associação de Moradores do Ipsep.
