Uma visita ao Aterro Sanitário Municipal de Ipojuca, no Litoral Sul, deu prosseguimento às atividades em comemoração da Semana do Meio Ambiente da Assembleia Legislativa. Os integrantes da Comissão temática da Alepe assistiram, nesta terça (6), a uma apresentação sobre a implantação do aterro em substituição ao lixão, num processo iniciado em 2014.
O colegiado conferiu iniciativas que podem ser replicadas em outros aterros do Estado, como o tratamento do chorume e a compostagem. Hoje, a área de 44 hectares recebe 150 toneladas de lixo domiciliar por dia, 180 toneladas de entulhos, e mais uma tonelada de material de poda.
Prefeita de Ipojuca, Célia Sales disse que os investimentos na destinação dos resíduos acompanham um trabalho de limpeza urbana e de educação ambiental que são bem avaliados pela população. “Nosso aterro sanitário aqui é referência no Estado de Pernambuco. É um orgulho muito grande para essa gestão, ver hoje o resultado que estamos colhendo com o investimento feito antes”.
Osmose reversa
Um dos projetos desenvolvidos no aterro sanitário é o tratamento do chorume por osmose reversa. A técnica utiliza um equipamento adquirido em 2020 e permite o aproveitamento de 70% do líquido, transformado em água desmineralizada.
Separada do rejeito, pode ser utilizada na irrigação e na criação de peixes, por exemplo. O próprio local conta com um tanque de cultivo de tilápias. Há ainda outros ganhos para o meio ambiente: o chorume não tratado contamina o solo e pode causar chuva ácida pela evaporação.
A iniciativa está concorrendo ao prêmio Cidades Sustentáveis, da ONU, com resultado previsto para o próximo dia 16 de junho. Outra prática sustentável do Aterro Sanitário de Ipojuca é a compostagem das podas das árvores que resulta em cinco toneladas de composto por mês. O material é útil na agricultura familiar.
Para 2024, a meta é implantar um sistema de tratamento dos gases decorrentes da decomposição do lixo aterrado e produzir biogás em quantidade suficiente para tornar o aterro autônomo na produção da energia que consome.
Avaliação
Para o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Alepe, deputado Romero Sales Filho (União), a visita técnica desta terça complementa a audiência pública que abriu na última segunda (5) a Semana do Meio Ambiente. Na ocasião, foi feito um debate sobre a gestão dos resíduos sólidos e a erradicação dos lixões em Pernambuco.
“Ipojuca é o melhor aterro sanitário que temos em Pernambuco e já está avançando em diversas áreas. Todos os resíduos gerados estão virando algum subproduto e que podem ser utilizados”, avaliou Romero. “São exemplos como a osmose reversa, a compostagem, e os resíduos de obras que vão ser utilizados nas estradas vicinais”, citou o parlamentar.
O parlamentar anunciou que vai propor um Projeto de Resolução para a criação do Prêmio Sustentabilidade da Assembleia Legislativa, com premiações a iniciativas públicas ou privadas. A programação da Alepe voltada ao Meio Ambiente segue nesta quarta (7), com uma inspeção ao Rio Tapacurá, no trecho localizado em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata.