A Comissão de Esporte e Lazer promoveu na tarde desta quinta (11) uma audiência para debater as políticas públicas de esporte em Pernambuco. O deputado João Paulo Costa (PCdoB), vice-presidente do Colegiado, presidiu o evento.
Participaram do encontro atletas, profissionais de educação física e representantes do poder público e de entidades da sociedade civil como o Conselho Regional de Educação Física, associações e federações esportivas. A reivindicação por mais incentivos do Estado à prática esportiva deu a tônica do evento.
Um dos participantes da audiência foi o professor de educação física e ex-árbitro de futebol Emerson Sobral. Ele defendeu a ampliação da prática de esportes nas escolas públicas, principalmente nas de tempo integral.
“A maioria das escolas públicas de Pernambuco são de tempo integral, mas os alunos em sua grade curricular não têm a oportunidade de vivenciar o treinamento esportivo e a vivência do esporte em sua plenitude. É importante que a grade curricular de Educação Física seja revista, garantido o espaço de treinamento nas escolas, sejam elas de tempo integral ou não”, avaliou o ex-árbitro.
Para o diretor administrativo da Federação Pernambucana das Associações de Karatê (FPAK), Sidney Mamede, é necessário mais apoio para as federações esportivas, que são as entidades responsáveis pela organização de competições e formação de árbitros.
Ele avalia que Pernambuco possui um conjunto de políticas públicas muito significativo para a formação de atletas de alto rendimento, mas poucas políticas para formação de novos atletas. “Quem promove de forma significativa o fomento são justamente as federações, que é quem trabalha as categorias de base”, apontou.
Reconhecimento
Algumas modalidades ainda lutam pelo reconhecimento como esporte, como a capoeira brasileira. O professor Oberes Silva, conhecido no meio como Mestre Bero, entregou à Comissão de Esporte e Lazer uma proposta elaborada coletivamente que reconhece a capoeira como esporte de criação nacional.
Com a medida, os capoeiristas podem passar a ter direito a acessar políticas públicas como o Bolsa Atleta. “A gente tem uma geração de talentos no século 21 que precisa dessa capoeira formalizada. Sem isso, não há como um capoeirista conseguir o Bolsa Atleta”, reivindicou o Mestre.
Também participaram da audiência representantes de esportes como atletismo, corrida de rua, ciclismo, skate, futebol, jiu-jitsu, muay thay e outros.
Ao final das quase quatro horas de evento, o deputado João Paulo Costa afirmou que vai trazer as demandas dos atletas para o Parlamento e lutar pela aplicação de mais recursos no esporte.
“Vamos aperfeiçoar programas como Bolsa Atleta, Bolsa Técnico, Ganhe o Mundo Esportivo e Passaporte Esportivo, e procurar ampliar o orçamento deles. É lamentável o Governo do Estado ter o orçamento de R$ 43 bilhões e apenas 0,58% (R$ 25 milhões) ser destinado ao esporte”, cobrou o presidente da Comissão.