O Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril, mobilizou o Plenário da Alepe nesta segunda (3). Em pronunciamentos e apartes, deputados reforçaram compromissos com a defesa de políticas públicas para as pessoas autistas e suas famílias. Também posicionaram-se contra o estigma, o preconceito e a falta de informação a respeito do transtorno que afeta cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil. Durante a reunião, também houve debates sobre temas relacionados à Educação.
VIVÊNCIA – Ao abordar experiência com o filho, Luciano Duque relatou dificuldade para obter diagnóstico. Foto: Roberto Soares
O deputado Luciano Duque (Solidariedade) compartilhou com os colegas a experiência de ser pai de um jovem de 26 anos com síndrome de Asperger, uma das condições integrantes do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Ele ressaltou a dificuldade das famílias em obter um diagnóstico de autismo, que requer profissionais especializados. “Os pais se frustram nessa busca na atenção básica. Isso ocorre pela falta de cumprimento das diretrizes do Ministério da Saúde, pelas condições precárias de trabalho dos profissionais de saúde e pela falta de investimentos”, afirmou.
Apesar das dificuldades, o deputado destacou que a sociedade está mais consciente a respeito do autismo, e os diagnósticos têm sido obtidos cada vez mais cedo, o que garante a eficácia do tratamento. Ele também elogiou a iniciativa da governadora Raquel Lyra de criar um grupo de trabalho voltado à criação de uma política estadual para as pessoas autistas. Outros parlamentares elogiaram, em apartes, o pronunciamento de Duque. Entre eles, a deputada Dani Portela (PSOL), que também compartilhou a experiência de ser mãe de um jovem diagnosticado com TEA.
SENSIBILIDADE – Socorro Pimentel pediu apoio a PL que adequa sinais sonoros nas escolas. Foto: Roberto Soares
Ainda em celebração à data, a deputada Socorro Pimentel (União Brasil) solicitou o apoio dos colegas ao Projeto de Lei (PL) Ordinária nº 172/2023, de sua autoria, que determina a utilização de sinais sonoros adequados às pessoas autistas nas escolas particulares de Pernambuco. “As pessoas autistas são mais sensíveis aos ruídos. O ambiente escolar deve se adaptar à realidade”, defendeu. A parlamentar também se comprometeu a defender os direitos das pessoas autistas na comissão especial de Atenção e Promoção a Assistência Materno Infantil, cuja criação foi solicitada por seu mandato.
Seleção para GREs
Ainda na Reunião Plenária desta segunda, os deputados Waldemar Borges (PSB) e Renato Antunes (PL) apresentaram avaliações distintas sobre o edital lançado pelo Governo do Estado para selecionar os gestores das 16 Gerências Regionais de Educação (GREs). O documento determina que os candidatos deverão passar por duas etapas de seleção: uma curricular e outra que envolverá entrevista e apresentação de projeto de atuação profissional.
GRES – Edital do Governo para Gerências Regionais foi contestado por Waldemar Borges. Foto: Roberto Soares
O deputado Waldemar Borges defendeu a metodologia de seleção utilizada pela gestão anterior, que, de acordo com o parlamentar, era baseada em critérios objetivos, como um tempo mínimo de experiência no sistema escolar e o exercício anterior de cargos de gestão ou coordenação pedagógica. “As mudanças nos preocupam, porque sabemos que para construir um novo patamar na educação de Pernambuco é preciso tratar de diversas dimensões, e uma delas é a qualidade do profissional”, afirmou. Ele prometeu acompanhar o tema com atenção na presidência da Comissão de Educação.
Renato Antunes, por sua vez, acredita que o novo edital “favorece a ampla concorrência” e “possibilita a entrada de quadros novos” nas GREs. “A fase de apresentação de plano de trabalho é uma novidade que não vi nos últimos 16 anos de gestão estadual. Ela valoriza o candidato que tem conhecimento da realidade da região e que apresenta competências técnicas, evitando indicações políticas”, opinou ele.
VIOLÊNCIA – Renato Antunes repercutiu assassinato de professora e defendeu medidas preventivas. Foto: Roberto Soares
Antunes também abordou o tema da Educação em outro pronunciamento, tendo como mote o ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo (SP), há uma semana. O parlamentar expressou condolências em memória da professora Elisabeth Tenreiro, morta a facadas por um aluno, e ressaltou a urgência de medidas preventivas para a proteção dos profissionais da Educação. “Não podemos permitir que mais professores entrem nessa estatística”, expressou.
O deputado do PL ainda anunciou que irá protocolar um Projeto de Lei – semelhante ao apresentado por ele na Câmara Municipal do Recife em 2018 – intitulado Professor Seguro. A medida, segundo ele, tem como objetivo estabelecer um instrumento de educação e proteção no ambiente escolar, coibindo agressões contra professores e gestores educacionais, além de dar dignidade, condições morais e amparo legal dentro das salas de aula.
Registros
REGISTROS – Aniversário da Folha de Pernambuco e Marcha dos Prefeitos tiveram destaque no discurso de France Hacker. Foto: Roberto Soares
O deputado Gilmar Júnior (PV) repercutiu a instalação, pela manhã, da Comissão Especial em Defesa da Enfermagem na Alepe. Eleito para presidir o colegiado, o parlamentar registrou o ineditismo da iniciativa. Ele aproveitou a oportunidade para comentar a manifestação que a categoria promoveu durante a visita do presidente Lula ao Recife, no dia 22 de março. “Foram 5 minutos e 33 segundos de vaias à governadora, ao prefeito do Recife e, até mesmo, ao presidente. Não foi desrespeito, mas a forma que esses profissionais encontraram para serem ouvidos”, argumentou.
O deputado France Hacker (PSB), por sua vez, parabenizou os parlamentares que estiveram na 24ª Marcha de Prefeitos em Defesa dos Municípios, em Brasília, na semana passada. Além disso, fez as suas felicitações aos 25 anos da Folha de Pernambuco, completados nesta segunda (3), e parabenizou o trabalho do empresário Eduardo Queiroz Monteiro, proprietário do jornal.
