
ICMS – Representante da Coopexvale, Jailson Lira lamentou que tributos pagos pelas entidades sejam os mesmos incidentes sobre grandes empresários. Foto: Evane Manço
Em reunião virtual realizada nesta segunda (4), a Frente Parlamentar em Defesa do Cooperativismo conheceu os modos de atuação e as principais demandas das organizações produtivas do ramo agropecuário. Entre as solicitações feitas ao Poder Público Estadual estão tratamento fiscal diferenciado e apoio técnico para o beneficiamento dos produtos in natura.
Representante da Cooperativa de Produtores Exportadores do Vale do São Francisco (Coopexvale), Jailson Lira lamentou que os tributos estaduais pagos por essas entidades sejam os mesmos incidentes sobre os grandes empresários. “A cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) é total sobre as cooperativas, que desempenham relevante papel social por contribuírem na empregabilidade e geração de renda para nossa população”, registrou.
Além de programas de benefício fiscal, Lira pleiteou reforço na segurança pública das rodovias que cortam Pernambuco, bem como programas públicos de capacitação técnica. “Precisamos de mais recursos e profissionais para a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária (Adagro), que nos auxilia no controle de pragas e em outras questões técnicas “, propôs.
Para o coordenador do Grupo de Cooperativas Agropecuárias e presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), Alexandre Andrade, é necessário que o Estado promova “um tratamento fiscal diferenciado” para o modelo de produção. “Esse é um recado que devemos levar ao governador”, alertou.

VAREJO – Ângela Nascimento elogiou programas estaduais de aquisição de alimentos de pequenos produtores: “Desafio, agora, é ganhar mercado das grandes redes”. Foto: Evane Manço
Ângela Nascimento, da Cooperativa de Desenvolvimento da Agricultura Familiar de Pernambuco (Coopeafa), elogiou os programas estaduais de aquisição de alimentos dos pequenos produtores. “Nosso desafio, agora, é ganhar o mercado das grandes redes varejistas de alimentação. Para isso, é essencial focarmos em unidades de beneficiamento”, disse.
“Trabalhamos com áreas pequenas e nosso objetivo é investir em equipamentos de transformação dos produtos que vendemos in natura, agregando valor a eles”, acrescentou Paulo Mota, presidente de uma cooperativa agrícola do município de São João (Agreste). A organização trabalha, principalmente, com feijão e mandioca. Situação semelhante foi apresentada pela presidente da Cooperativa Agrícola de Sapucarana (Coopasa), Maria Risonete da Silva: “Não queremos vender apenas tomate in natura, mas fabricar ketchup, extrato de tomate e molhos”.
Do Conselho de Cooperativas Agropecuárias de Triunfo (Sertão), Nadjanecia Santos destacou o papel desempenhado por mulheres nesse modo de organização produtiva. “Depois de muito trabalho, começamos a ver mais lideranças femininas no ramo”, comemorou. Ela ressaltou o envolvimento direto de 40 cooperados e a contribuição indireta de outros 250 trabalhadores ao grupo, que atua com polpas de frutas.
Encaminhamentos

PROBLEMA – Waldemar Borges reconheceu a desestruturação de instituições de suporte técnico: “Realidade do Estado brasileiro”, observou. Foto: Evane Manço
Coordenador da Frente Parlamentar, o deputado Waldemar Borges (PSB) reconheceu a desestruturação de instituições de suporte técnico. “Essa, infelizmente, é uma realidade do Estado brasileiro. Vamos lutar por mais orçamento para as instâncias governamentais que são fundamentais ao suporte às cadeias produtivas”, observou, comentando a carência profissional e estrutural da Adagro e do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep).
“Além de agregar valor aos produtos, é fundamental melhorarmos os processos de governança e de gestão desse modelo produtivo”, pontuou Malaquias Ancelmo, presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas de Pernambuco (OCB-PE). De acordo com ele, a entidade tem auxiliado as associações do tipo que atuam no Estado.