Mulheres são maiores prejudicadas com crise sanitária, diz João Paulo

Em 11/03/2021 - 18:03
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PESQUISA – Comunista repercutiu estudo do Dieese revelando que a pandemia reforçou, ainda mais, a desigualdade entre gêneros no mercado de trabalho. Foto: Jarbas Araújo

O deputado João Paulo (PCdoB) repercutiu, na Reunião Plenária desta quinta (11), estudo revelando o aumento da desigualdade de gênero no mercado de trabalho em decorrência da pandemia de Covid-19. Na semana em que foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, o parlamentar destacou o crescimento do número de feminicídios, dos casos de assédio moral e sexual e do desemprego entre a população feminina, atribuindo ao Governo Bolsonaro papel relevante no problema.

“A falta de investimentos na área social, assim como a valorização de conceitos retrógrados como o machismo e o porte de armas, faz deste Governo Federal um agente de indução de fatos negativos”, discursou. O comunista baseou-se em pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Além de serem mais afetadas com a perda de postos de trabalho, elas ganham, em média, 20% menos do que os homens”, apontou.

A análise por raça mostra que a situação para as mulheres negras é ainda pior. “Com salários menores, elas tiveram, em 2020, rendimento médio de R$10,95 contra R$18,15 das não negras. Homens negros ganham R$11,55 por hora, enquanto não negros recebem quase o dobro: R$20,79”, reforçou. Além disso, a taxa de desocupação feminina no 3° trimestre de 2020 ficou em 16,8%, maior que no mesmo período de 2019 (13,9%). Entre as trabalhadoras informais, o número das que estavam empregadas caiu de 13,5 milhões para 10,5 milhões no período. Já entre as domésticas, há 1,6 milhão a menos.

De acordo com João Paulo, outros estudos indicam que, a partir dessas perdas, já é possível prever um retrocesso de quatro anos para as mulheres no mercado de trabalho brasileiro. “Essas distorções só vão ser revertidas quando o Estado tiver programas sociais destinados a esse segmento e atacar a violência cotidiana a que elas são submetidas”, concluiu.

O Dia das Mulheres também foi lembrado pela deputada Dulci Amorim (PT). Para ela, a data motiva uma reflexão sobre os direitos conquistados por meio de lutas, bem como as pautas que ainda precisam avançar. “O que a gente quer não é ter direitos a mais do que os homens, mas uma paridade. Convoco as mulheres a continuarem na batalha e a não abaixarem a cabeça”, expressou.